quinta-feira, maio 07, 2009

Diário de viagem: Buenos Aires





Buenos aires

Puerto de Nuestra Señora de los Buenos Aires é o seu nome completo, daí a razão da palavra portenho para os nascidos lá. Buenos Aires é uma metrópole com ares europeu. Diz-se que o portenho carrega consigo uma crise de identidade: são americanos, mas querem ser europeus, razão pela qual é a cidade do mundo que tem o maior número de psicanalista por metro quadrado. Como o francês que leva a fama de arrogante por causa do parisiense, o argentino leva por causa do portenho. As cidades do interior, tanto de um como de outro país, são muito cordiais com o visitante.

Seja como for, a amamos. Se Paris é uma festa, Buenos Aires também é. Os portenhos nos trataram muito bem. A cidade nos atraiu pela sua efervescência cultural, nunca vimos tantas livrarias, tantos ávidos leitores. Entramos na belíssima livraria El Atheneu, antigo teatro, e tivemos contato, pela primeira vez, com a obra de Julio Cortázar, escritor argentino, falecido na década de 80, que amava o Jazz, a cidade de Paris, as revoluções sociais soviética, cubana, nicaragüense... amava tanto a liberdade e a democracia que foi expulso da Argentina pelo regime militar e se tornou cidadão francês para poder lutar melhor contra a ditadura de seu país. Entramos também no belíssimo Teatro Colón e ficamos impressionados com o que vimos: a Orquestra Sinfônica de Buenos Aires e o corpo de balé do teatro ensaiando, carpinteiros e ferreiros construindo cenários, costureiras confeccionando roupas, atores trocando idéias, uma empresa em plena atividade. Visitamos a portentosa Faculdade de Direito. Flanamos pelos bairros elegantes da cidade com seus inúmeros Cafés, uns mais tradicionais como o Café Tortoni, outros mais modernos, sempre cheios a qualquer hora do dia.

Gostamos do que vimos, ouvimos e sentimos, sobretudo a capacidade de se indignar do portenho que ficou evidente para nós, quando vimos as "Madres", ainda hoje, todas as quintas-feiras às 3 hs, depois de tantos anos, atrair tanta gente à Praça de Mayo.

Enfim, tudo isso nos deixou uma ótima impressão sobre a Argentina, sua capital e sua gente que nos deu vontade de um dia voltar.
Caíque e Gilda

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