quarta-feira, janeiro 27, 2016

A despedida de Brasilia - 25/01/2016

Já nos despedindo da memorável temporada em Brasilia, almoçamos com João, Leliana e família no excelente restaurante do clube de golfe cuja honestidade merece ser destacada. Na conta veio discriminado o valor a ser pago por pessoa, dividiram o total por 12. Usamos esse valor individualmente, só que, na realidade, éramos 14. Não tivemos o cuidado de somar as parcelas que acabou superando em R$400,00 o valor total. Já estávamos lá fora quando o garçom veio nos avisar do erro. Agradecemos o que deveria ser corriqueiro, a honestidade.

De lá fomos para o acolhedor jardim da casa do João que levou o Freitas e a Inez para conhecer as instalações do bem estabelecido escritório LM Rolim Advogados Associados. Agradável tarde de convivência regada a cafezinho com bolo de macaxeira (Mané pelado), receita da mamãe. Conversamos  sobre política, assuntos do nosso grupo de primos e fui presenteado com o livro "La Habana - Transformacion urbana en Cuba". Quero registrar aqui a hospitalidade e o respeito que prevaleceu nas conversas quando o tema era política, normalmente tormentosas através do nosso grupo e facebook. Despeço-me com gratidão e anseio que a gente conserve essa harmonia e respeito por nossas preferências político-ideológica, condição necessária e suficiente para o enriquecimento da amizade que, no final das contas, é o que vale. 

Interpretação do sonho - 22/01/2016 - 28 anos da Beatriz

Beatriz e João Victor sendo primos e netos de primos, sempre foi uma preocupação para mim um filho deles. Conversávamos sobre isso numa noite em Jericoacoara e acabei sonhando que ela dava a luz a um peixe. Fiquei encasquetado com esse sonho. Hoje, conversando no café aqui na casa da Beatriz, o Freitas, psicanalista, marido da Inez, me dizia que os sonhos são restos do dia e sempre simbolizam desejos. A partir do fato de que associo o peixe a um dos símbolos do cristianismo, além de achar um dos alimentos mais saudáveis, ele interpretou esse sonho como meu desejo de que um filho deles seja abençoado com a graça da saúde. Simples assim.

A lição de Roosevelt ao Brasil de Dilma

A lição de Roosevelt ao Brasil de Dilma: Roosevelt queria que a produção e o emprego prosperassem, e sabia que isso não aconteceria sem atacar o rentismo que suga a jugular dos trabalhadores.

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Diálogos e convergências



Diálogos e convergência 

De vez em quando, há um certo estranhamento dos outros em relação à minha posição política mais à esquerda, já que sou neto e filho de empresários. Essa posição já expliquei no texto "A boa fonte".

Meu avô morreu dois dias antes do meu aniversário de 13 anos, nessa idade não temos consciência política. Soube, mais tarde, que ele não gostava de Getúlio Vargas e se entristecia com um filho, meu tio, que gostava. Quanto a mim, não tinha a menor ideia quanto a política e a ideologia provocam paixões que podem destruir relacionamentos, eu simplesmente gostava do meu avô e não seria a ideologia que destruiria esse bem-querer.

A minha convivência com meu pai foi constituída por duas fases que correspondem a dois sentimentos: a primeira, a da infância, onde predominava o medo que eu tinha dele. Nessa fase eu poderia até dizer que eu gostava mais do meu avô do que dele. Meu avô era para mim uma figura masculina mais carinhosa; e a segunda, a da juventude, quando começamos a jogar futebol, a dialogar e a convergir. De início, conversávamos muito sobre música (ambos tocamos piano), depois sobre a segunda guerra mundial e, mais tarde, sobre política. Nessa fase começa minha grande afeição por ele, este é o sentimento que predomina. Todo meu gosto pelo jazz vem daí, assim como meu interesse por geopolítica se inicia pelas informações que ele me dava sobre a segunda guerra. Na política divergíamos, ele pendia para a direita e eu para a esquerda, mas há uma curiosidade que poucos sabem: em 1986 surge um jornal semanal alternativo, o JD (Jornal do Dorian), cujo diretor era o Dorian Sampaio e o editor, o Blanchard Girão, dois jornalistas de esquerda que eram amigos de meu pai. Nós dois assinamos o JD e sempre conversávamos sobre os assuntos da semana, principalmente sobre a coluna do Blanchard. Comecei a notar alterações no ponto de vista político dele, uma leve guinada à esquerda, e à nossa convergência. Em uma das semanas, li na coluna do Blanchard a carta de um anônimo que me pareceu familiar pelos pontos de vista que pareciam com os do meu pai e lá no final o autor se identifica como um ex locutor da PRE-9. Pronto, deve ser o papai, imaginei. À noite fui na casa dele que me confirmou. Mas não era o primeiro sinal de simpatia dele pela esquerda, em 1985 ele havia votado na Maria Luiza Fontenele para prefeita de Fortaleza.

Escaneei a carta que está publicada abaixo. Este JD circulou no dia 24 de julho de 1986. No ano seguinte, no dia 20 de abril de 1987, meu pai faleceu e, poucos meses depois, fui assistir a uma palestra do Blanchard Girão onde, no final, me apresentei a ele com o jornal em mãos. Ele me deu um caloroso abraço e me disse que desconfiava que a carta era de meu pai pela menção à PRE-9.