sábado, dezembro 29, 2012

Úbeda


Ana Inés Flores, de Tucuman, quinto maior centro urbano da Argentina, ganhou o primeiro prêmio do festival internacional "O silêncio é ouro", na Rússia, pelo seu curta Úbeda. Dedicado apenas a filmes mudos, o festival foi realizado em outubro deste ano. Úbeda conta a história de amizade entre um trabalhador humilde e uma nuvem que se perdeu no ceú. A música, de Lucía Palenzuela, será a grande responsável por unir dois amigos tão improváveis. É encantador!



Úbeda from Ana Inés Flores on Vimeo.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

quinta-feira, dezembro 20, 2012

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Chávez

Eva Golinger

La primera vez que conocí a Hugo Chávez fue en las Naciones Unidas en Nueva York, en enero de 2003. Me preguntó mi nombre, como si estuviéramos charlando entre amigos apenas conociéndose. Cuando le dije “Eva”, me respondió, “Eva, ¿sí?”. “Sí, Eva”, le dije. “¿Sabes que mi hermano se llama Adán?”, me dijo, y continuó: “Mi mamá quería que yo fuera hembra para ponerme Eva ¡y mira que salí yo!”. Se rió con esa risa suya, tan sincera y pura que siempre contagia a todos los que la escuchan.

Salió él. Chávez, hasta a sí mismo se subestimaba.

Salió un hombre más grande que la vida con un inmenso corazón lleno de pueblo, latiendo patria. Salió un ser humano con una enorme capacidad de persistir y mantenerse de pie frente a los más poderosos obstáculos.

Hugo Chávez soñó lo imposible y lo logró. Asumió la responsabilidad de las grandes y difíciles tareas que quedaban pendientes desde la época de la independencia, lo que Simón Bolívar no podía lograr por las fuerzas adversas en su contra. Chávez lo cumplió y lo hizo realidad. La Revolución Bolivariana, la recuperación de la dignidad venezolana, la justicia social, la visibilidad y el poder del pueblo, la integración latinoamericana, la soberanía nacional y regional, la verdadera independencia, la realización del sueño de la Patria Grande y mucho, mucho más. Todos estos son logros de Chávez, aquel hombre que salió así.

Hay millones de personas alrededor del mundo que ven en Hugo Chávez una extraordinaria inspiración. Chávez alza la voz sin temblar ante los más poderosos, dice las verdades -lo que otros temen decir- no se arrodilla nunca ante nadie, anda con firme dignidad, la cabeza en alto, siempre con el pueblo por delante y la visión y sueño de la patria próspera, justa y feliz. Chávez nos ha regalado a todos una fortaleza colectiva para combatir las desigualdades, las injusticias, para construir patria y para creer que un mundo mejor no es sólo un sueño, es una realidad alcanzable.

Chávez, un hombre que podría andar con los más ricos y poderosos del mundo, prefiere estar con los más necesitados, sintiendo sus dolores, abrazándolos y buscando como puede mejorar sus vidas.

Recuerdo un cuento que Chávez contó una vez, o varias veces, como suele hacer. Andaba en su caravana, por allí por los llanos en esos caminos largos y planos que parecen seguir hasta el infinito. De repente apareció un perro en la orilla de la vía, caminando cojo con una pata herida. Chávez dio órdenes para parar su caravana y salió a recoger el perro. Lo abrazó y dijo que lo tenían que llevar a un veterinario. “¿Cómo podemos dejarlo aquí, solito y herido?”, preguntó. “Es un ser, es una vida, hay que cuidarlo”, dijo, demostrando su sensibilidad. “¿Cómo podemos llamarnos socialistas sin importar la vida de los demás? Hay que amar, hay que cuidar a todos, incluyendo a los animales, que son unos inocentes”, recordó.

Cuando echó ese cuento me hizo llorar. Lloré porque amo a los animales y son tan maltratados por tantos, hacía tanta falta que alguien como él, Chávez, dijera algo así para despertar conciencias sobre la necesidad de cuidar a los que cohabitan con nosotros en este planeta. Pero también lloré porque allí Chávez confirmó lo que yo ya sabía, lo que yo sentía, pero que a veces uno duda de sí mismo. Allí Chávez confirmó que en el fondo, es un ser sencillo, sensible y amoroso. Un ser al que le duele el corazón cuando ve un perrito herido. Un ser que no solamente siente, sino actúa. Así salió él.

Cuando Chávez llegó a la presidencia de Venezuela el país andaba cojo. Él había visto sus heridos y sabía que tenía que hacer todo lo que podía para ayudarla. Llevó a Venezuela entre sus brazos, apretadita, buscando como mejorarla. Entregó todo de él -su sudor, alma, fuerza, energía, inteligencia y amor- para convertirla en dignidad, desarrollo, soberanía, patria. La atendió día y noche, nunca dejándola sola. Encontró su belleza, su fortaleza, su potencial y su grandeza. La ayudó a crecer, fuerte, hermosa, visible y feliz. Impulsó su renacimiento y llenó su pulso de fuerza y pasión, de poder popular y pueblo digno.

Chávez ha entregado todo de él sin pedir nada a cambio. Hoy, Venezuela crece y florece, gracias a su entrega, gracias a su dedicación, gracias a su amor.

Menos mal que salió así, Chávez.


terça-feira, dezembro 11, 2012

MANIFESTO DOS INTELECTUAIS LANÇADO NO RIO DE JANEIRO


Dezenas de intelectuais brasileiros se reuniram ontem, no Palácio da Cultura,  no Rio, para o lançamento de um manifesto em defesa do Brasil e da paz mundial, e a criação de um instituto que atue na difusão dessa idéia. Uma comissão, formada por Luis Pinguelli Rosa, Márcio Pochman, Luís Soares, Pedro Celestino, Renato Guimarães, Roberto Amaral, Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e Ubirajara Brito, fez uma análise da situação internacional e da atualidade política interna do Brasil, concluindo que há uma ofensiva antidemocrática no mundo inteiro, diante da crise vivida pelo sistema capitalista. Como no passado, essa crise pode conduzir a novos e extensos conflitos mundiais, e é preciso mobilizar os cidadãos na defesa das liberdades democráticas e da paz.

A idéia desse manifesto e do Instituto foi de Oscar Niemeyer, que deveria – se não fosse a enfermidade que o levou à morte - estar presente  no encontro de ontem. Por isso mesmo, os que se reuniram no Rio decidiram que o  nome do arquiteto e humanista estará associado à instituição a ser fundada nas próximas semanas.

Chávez chega a Cuba: "Até a vitória, sempre", diz a seu povo - Portal Vermelho

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Chávez nas horas de grandeza e enfermidade: ‘Eu sempre luto ante o destino’

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segunda-feira, dezembro 10, 2012

O galo e a jóia (Esopo)

Um velho galo, junto de umas galinhas, esgravetava o chão perto de uma quinta, quando desenterrou um diamante. Olhou duvidoso para a bela pedra, pôs a cabeça de lado e disse: “És mesmo bonita! Se aqui estivesse um joalheiro para te ver, ficaria muito feliz, mas para mim, não vales nada. Na verdade preferia um grão de cevada a todas as jóias deste mundo!”

Moral da história:

Sábio é aquele que prefere as coisas necessárias aos enfeites cintilantes, que só servem ao orgulho e à vaidade.




Cidades (hai-kai)



sábado, dezembro 08, 2012

quarta-feira, novembro 28, 2012

Altamiro Borges: Danuza Leão expressa elite tacanha

Por Altamiro Borges.
Em artigo publicado na Folha de domingo (25), Danuza Leão, a “socialite” metida a besta, voltou a causar celeuma.

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quarta-feira, novembro 21, 2012

Um vergonhoso julgamento de exceção


Caíque Vieira

"Algum dia, mais cedo ou mais tarde, a vítima poderá ser você. O arbítrio não manda recado ou aviso-prévio." (Beltolt Brecht)

Não há nada mais significativo para rejeitar o julgamento da ação penal 470 do que a desautorização, pelo próprio autor do desenvolvimento da teoria do domínio do fato, do uso e interpretação feita pelo relator da ação e pelo STF.

O alemão Claus Roxin esteve aqui no Brasil e deu entrevistas estarrecido com a interpretação e o mau uso de sua teoria, citando onde ela foi bem interpretada e aplicada aqui na América Latina:  Peru, no julgamento de Alberto Fujimore e Argentina, no julgamento de Rafael Videla, desmascarando, assim, o cínico e fascista argumento de que os crimes de colarinho branco não deixam rastro e não têm condições de serem provados.

Há uma desonestidade intelectual não só dos juízes da nossa Corte Suprema que adulterou a teoria, mas também de todos aqueles que, na sanha de condenar, nem sequer procuram tomar conhecimento desse fato. 

O relator é um desatinado e desatinados são os que o idolatram. Quem conhece um pouco de direito e ciência política percebe com clareza esse desatino. Um homem que não permitiu aos réus o duplo grau de jurisdição; que não promoveu um julgamento jurídico, técnico, e impôs um segundo julgamento político, sem que tivessem a competência para isso, pois não a delegamos para eles, e sim para o Congresso Nacional onde já havia acontecido esse julgamento com os mandatos cassados dos réus; que desrespeitou os mais elementares princípios de um Estado Democrático de Direito, tais como o acesso a um julgamento jurídico e imparcial, a presunção de inocência, a necessidade de provas robustas para se condenar réus, o in dubio pro reo, a ampla defesa, o duplo grau de jurisdição, a triangulação processual - defesa e acusação em condições equivalentes e um juiz imparcial - permitindo que o vértice da acusação se fortalecesse com o apoio da grande imprensa e, ele próprio, atuando como um acusador - temos o conhecimento de que ele nunca foi juiz, não foi a sua formação, ele foi sempre um acusador e esse foi o papel que ele assumiu; a inversão da data de julgamentos de mesma natureza cujos processos já estão no STF, como é o caso do processo contra o PSDB mineiro, julgando primeiro o mais recente e deixando para depois o mais antigo; o julgamento a toque de caixa para forçar a coincidência com as eleições (diga-se de passagem, deu com os burros n'água, o eleitorado homologou o PT ampliando a influência do partido); a notória falta de paciência e o cerceamento da atividade do revisor que exercitava o contraditório por ser essa a sua função constitucional, a de ser a chance de um réu de única instância, esta forçada porque, a rigor, Dirceu e Genoino já não eram para ser réus de única instância no STF, mas réus comuns por não terem mais os seus mandatos, pois foram cassados no primeiro julgamento político - este, sim, nos conformes - porque aconteceu apropriadamente no Congresso Nacional; inverteu entendimentos já consagrados há tempos pela Corte Suprema, configurando-se a excepcionalidade do julgamento.

Enfim, estamos, toda a sociedade brasileira, num mato sem cachorro porque perdemos a segurança jurídica que é um dos princípios basilares de qualquer ordenamento de um Estado que se diz democrático e tudo por absoluta irresponsabilidade do condutor desse vergonhoso julgamento de exceção que pretende-se e posa de semi-deus.



El bloqueo contra Cuba

Programa venezuelano transforma pobres em músicos

domingo, novembro 11, 2012

quinta-feira, novembro 08, 2012

O MACARTISMO À BRASILEIRA



'Estamos assistindo ao surgimento de um macartismo à brasileira. A  Ação Penal 470  transformou-se em um julgamento político contra o PT.  O que se acusa como crime são as mesmas práticas reputadas apenas como ilícito eleitoral quando se trata do PSDB, que desfruta de todos os atenuantes  daí decorrentes. É indecoroso. São absolutamente idênticas. Só as distingue  o tratamento político diferenciado  do STF, que alimenta assim a espiral macartista. O mesmo viés se insinua com relação  à mídia progressista. A publicidade federal quando dirigida a ela é catalogada pelo macartismo  brasileiro como suspeita e ilegítima.Dá-se a isso ares de grave denúncia. Quando é destinada à mídia conservadora , trata-se como norma.  O governo erra ao se render a esse ardil.  Deveria, ao contrário, definir políticas explícitas de apoio e incentivo aos veículos que ampliam a pluralidade  de visões da sociedade  brasileira sobre ela mesma.  Sufocar economicamente e segregar politicamente a imprensa alternativa é abrir espaço ao macartismo à brasileira". (Bernardo Kuscinsk, jornalista, professor e romancista, autor do premiado 'K', a angustiante romaria de um pai em busca da filha nos labirintos da ditadura militar brasileira).

terça-feira, outubro 23, 2012

sexta-feira, outubro 19, 2012

quinta-feira, outubro 18, 2012

50 ways to leave your lover (hai-kai)













         A 51ª


Que droga é essa?!
Pra mim, já deu... por você,
Já sofri à beça!

terça-feira, outubro 16, 2012

Incompreensão (hai-kai)











Proteger é o erro
De quem ama e paga caro
Com o seu desterro

Eleições na Venezuela

segunda-feira, outubro 15, 2012

A toga e a soga


Raul Longo


Onde a toga
alberga a impunidade
do pirata,
a soga
mantém a condena
do heroico
e a gente se cala
no medo
do exemplo
que confirma
o poder do vil.

Onde a soga
retesa à primeira calúnia
do canastrão,
a toga reveste
o espúrio
e a gente se amua
na vergonha
que confirma
o sórdido ardil.

Onde a toga
renega a prova
como precedente,
a soga é a ameaça
na garganta de cada cidadão.
Mas a gente
se recolhe e aceita
porque na injustiça
se confunde o que seja
país sendo covil.

Onde essa gente
que se diz varonil?

segunda-feira, outubro 01, 2012

terça-feira, setembro 04, 2012

Por que perseguem José Dirceu?

Porque foi Dirceu quem

01 – deu a ideia de se regular as mídias, criar uma Ley De Medios.
02 – dividiu a publicidade do governo entre 9.000 veículos. Era entre 499, a Globo ficava com 80%. Hoje, 16%.
03 – criou o Ministério das Cidades que acabou com o poder dos coronéis locais.
04 – acabou com a farra dos livros didáticos publicados pela Editora Abril e Fundação Roberto Marinho.
05 – articulou e viabilizou a governabilidade do governo Lula.
06 – barrou Demóstenes de ser o Secretário Nacional de Justiça. Este e Cachoeira querem ferrar Dirceu.
07 – idealizou criar um controle externo sobre o MP.
08 – tentou barrar o nome de Peluso para o STF. Márcio Thomaz Bastos forçou a barra.
09 - fechou as portas do BNDES à mídia: “dinheiro só para fomentar desenvolvimento, jamais pagar dívidas”.
10 – fez o BNDES parar de financiar as privatizações e deixar de ser hospital para empresas privadas falidas.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Tucanolices e coisas sérias

O maior feito monetário do conservadorismo brasileiro foi jogar a taxa de juro do país no patamar meliante de 44%. O colosso se deu em 1999.Paradoxalmente na gestão do principal analista financeiro da atualidade, Fernando Henrique Cardoso, que se dedica à generosa tarefa de explicar à Presidenta Dilma,como se sabe uma jejuna em economia perto dos seus cabedais, que o problema central da Nação hoje é o legado do ciclo Lula. Para ficar apenas no alicerce fiscal/monetário: em dezembro de 2002 -- último mês do PSDB na Presidência da República-- a relação dívida/PIB atingia estratosféricos 63,2%, praticamente o dobro dos 30,2% existentes no início do ciclo tucano, em 1994. Anote-se: isso, depois de um salto da carga fiscal, que passou de 28,6% para 35% no período. Hoje a relação dívida/PIB é de 35%; a previsão para 2013 é de 32,7%. Reverteu-se o desastre com uma oscilação de apenas 2 pontos na receita tributária, sem considerar as desonerações e incentivos fiscais. A média da taxa de juros real (acima da inflação) no período de 1997 a 1999 foi de estupendos 21,4%. Hoje é de inéditos 1,98%. Regressões e digressões tucanas, um pleonasmo, elidem o que de fato importa: apesar da queda de 4,5 pontos nos juros desde agosto de 2011, o orçamento de 2013 reserva aos rentistas R$ 108 bi; destina R$ 38 bi à educação e R$ 79,4 bi à saúde. Aos investimentos ( PAC e Minha Casa) couberam R$ 187 bi. Mesmo que se reduza à metade o gasto com juro, o espaço fiscal para um salto substantivo --indispensável-- nos recursos aos investimentos e serviços essenciais continuará magro. Depois da vitórias contra a pobreza, chegou a vez de afrontar a desigualdade. Entre outras tarefas estruturais, isso pressupõe ampliar o universo tributável de modo a abranger o estoque da riqueza existente. O oposto das tolices regurgitadas por FHC.  (Carta Maior)

segunda-feira, agosto 20, 2012

A Arte (hai-kai)

O artista insiste:
minha missão é inventar
o que não existe.

Dilacerante (hai-kai)

Indignada a lua
cheia de horror vela o sono
das crianças de rua

sábado, agosto 18, 2012

Poeminha erótico

Caíque Vieira



Venturoso o homem que os via
sob as castas vestes de outrora
e ao vê-los já se pressentia
os dotes da gentil senhora.





Quando se mostram insinuadas
em diáfanas sedas rasgadas
inflama em matizado facho
o coração do feliz macho.





Em trajetórias pendulares
seguem-te pupilas atentas
e sofregados olhares
que serenam quando te sentas





Por quais sendas anda a alma
do homem ao contemplá-los?
Busca o êxtase que a palma
da mão transmite ao tocá-los?





Fruto carmesim suculento
flor sedutora que atrai
o homem que em lúdico intento
sorve e em paz enfim se esvai.





segunda-feira, agosto 13, 2012

Gênese do hai-kai "Prazeres"

É um hai-kai que eu gosto muito. "Prazeres" é o seu título. Ali estão meus mais caros deleites que cultivo com dedicação há mais tempo e os novíssimos.

Sou capaz de ficar longos períodos sozinho, pensando ou apenas contemplando algo. Tenho esse traço de personalidade e dele, às vezes, sai um ato criativo. Ultimamente, tenho pensado em como acontece a gênese desse ato criativo e como é que ele vai se desenvolvendo.

Foi a partir da visão de uma foto das mãos de Bebo Valdez ao piano, exposta na revista Cubadebate. Ele, magistral pianista de jazz, cubano da velha guarda. Observei essa foto por vários minutos, me lembrando dele, já velhinho, fazendo um dueto com seu filho Chucho Valdez, outro gênio da arte. Tocavam uma belíssima canção cubana chamada La comparsa. Depois, a foto já me remetia às mãos do papai que também gostava de tocar seu pianinho.










Mais tarde, fizemos uma fotografia das minhas também ao piano que resultou assim:









Observava a foto longamente, queria escrever algo sobre ela, sobre o jazz.

Nesse tempo, comecei a degustar e apreciar cerveja, estimulado por uma saborosíssima que havíamos provado em Copenhagen. Não era a minha bebida predileta, mas depois dessa dinamarqueza passei a me interessar e pesquisar. Quanto mais degustava, mais eu ia constatando que as minhas preferidas eram as de trigo ou as strong ale. A memorável nórdica deveria ser de um desses tipos.

Desde a minha adolescência, ouvia, tocava e amava o jazz e seus personagens. Era meu prazer predileto e as duas palavras juntas - prazer e jazz - me chamavam a atenção pela abundância da letra z, marca do libertador dos oprimidos da América espanhola, Diego de la Vega, El Zorro, que alimentava a fantasia de minha infância. Hoje, o libertador real é o admirável cubano Fidel Castro cujas reflexões leio com renovado prazer.

Prazer... achar prazer em... comprazer. "Compraz" rima com "jazz". "O que me compraz", com cinco sílabas, daria um hai-kai. Imediatamente, associei também às cervejas que degustava e que me compraziam. Ato contínuo, como num impulso, fui à geladeira abrir uma cerveja de trigo geladinha. Assistia com êxtase meus ídolos cubanos. Bebo improvisava e Chucho segurava a base harmônica, ao mesmo tempo, eu apreciava as fotos.

Quando terminou a música, meio distraído, lí na garrafa a palavra alemã "weiss" que significa branca e se refere à cor da cerveja de trigo que também rima com "jazz" e "compraz", embora a estrutura do hai-kai não peça a rima no segundo verso de sete sílabas.

O hai-kai ficou então assim:

Prazeres

O que me compraz
cervejinha ale ou weiss
seu amor e jazz.

O amor inserido no poema é o da Gilda que é um prazer muito mais antigo, de 40 anos, tão antigo que, como dizia o Drummond, tem raízes fundas e, em matéria de beleza, já suplanta a natureza.

Fortaleza, 12 de agosto de 2012.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Ídolos assassinados

É temeridade
se colocar a serviço
da humanidade?















Che Guevara

Pergunto aflito
ao vê-lo exibido morto
qual foi seu delito.

Foi idealizar
na Bolívia que devemos
unidos lutar?

Silvia Margarita Duzán

Pergunto aflito
ao vê-la ameaçada
qual foi seu delito

Foi tentar a paz
na Colômbia que há tempo
já sofre demais?

Jean Moulin

Pergunto aflito
ao vê-lo dilacerado
qual foi seu delito.

Foi ter resistido
na França hostil e sitiada
a um mundo falido?

Soledad Barrett Viedma

Pergunto aflito
ao ver seu rosto rasgado
qual foi seu delito.

Foi manter o ideal
no Uruguai sitiado a sua
Virtude fatal?

Patrice Lumumba

Pergunto aflito
ao vê-lo pisoteado
qual foi seu delito.

Foi ser demandado
no Congo a libertar seu
povo escravizado?

quinta-feira, agosto 09, 2012

Martin Luther King

Pergunto aflito
ao vê-lo tão odiado
qual foi seu delito.

Foi ter anunciado
na América racista
que havia sonhado?

Olga Benário

Pergunto aflito
ao vê-la grávida e presa
qual foi seu delito.

Foi ser comunista
no Brasil sua nova pátria
de elite fascista?

Salvador Allende


Pergunto aflito
ao vê-lo bombardeado
qual foi seu delito.

Foi dar à criança
no Chile o leite, o pão
e, ainda, a esperança?

terça-feira, agosto 07, 2012

Jesus Cristo

Pergunto aflito
ao vê-lo crucificado
qual foi seu delito.

Foi ter compaixão
na Palestina e olhar o outro
como a um irmão?

Che (hai-kai)

Foi sem vaidade
e elegante que serviu
à humanidade.

Che e Fidel (hai-kai)

Só a fraterna união
tem o poder de fazer
a revolução.











Mensalões, sonegadores e hipócritas

Os gestores do dinheiro ilegal sempre acabam irrigando o caixa 2 de partidos --seja em nome próprio, para comprar proteção, seja a mando das empresas para as quais trabalham.Nesse toma lá dá cá que rege as relações entre a plutocracia e  o poder, a democracia representativa se perde num corredor obscuro, onde jazem os reféns do financiamento privado das campanhas eleitorais. Há pouco, uma pesquisa norte-americana mostrou que os brasileiros tinham cerca de US$ 520 bi ( R$ 1 trilhão de reais) em paraísos fiscais. O estudo ,'The Price of Offshore Revisited', feito por um economista que já chefiou a consultoria McKinsey, cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais,FMI, Banco Mundial e governos nacionais (portanto, está subestimado). Conclusão: desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais ricos de 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para US$ 9,3 tri a "riqueza offshore; os depósitos de brasileiros formam o quarto maior volume do planeta nessa modalidade  de evasão financeira e fiscal. A desregulação financeira e o desmonte dos Estados nacionais pelo credo neoliberal --apoiado enfaticamente no Brasil pelo mesmo jornalismo que agora pede sangue ao STF-- lubrificou e potencializou essa dinâmica. Farelos da engrenagem calafetam o caixa 2 de campanhas eleitorais. A  hipocrisia da direita se esponja na quirera. Mas poupa o imenso rega-bofe dos apetites pantagrurélicos, diante dos quais o STF --vide episódio Daniel Dantas-- se inclina obsequioso.

terça-feira, julho 31, 2012

Coração ferido: a irracionalidade da razão


Não estamos longe da verdade se entendermos a tragédia atual da humanidade como o fracasso de um tipo de razão predominante nos últimos quinhentos anos. Com o arsenal de recursos de que dispõe, não consegue dar conta das contradições, criadas pela mesma. Já analisamos nestas páginas como se operou a partir de então, a ruptura entre a razão objetiva (a lógica das coisas) e a razão subjetiva (os interesses do eu). Esta se sobrepôs àquela a ponto de se instaurar como a exclusiva força de organização histórico-social. Leia mais...

segunda-feira, julho 30, 2012