quarta-feira, maio 20, 2009

Três poeminhas engajados







Carlos Henrique de Pontes Vieira

Revolução

Os homens se alucinam,
não se prestam atenção,
pior ainda, eles se olham
com o ódio no coração.

É mister revolução:
liberdade e igualdade
não passam de ilusão.
Qual o quê, fraternidade ?

É mister revolução
das palavras mesmo, enfim,
uma total inversão
que proponho fique assim:

fraternidade, primeiro:
pra que o homem sobranceiro
desça até o rés do chão
e olhe seu próprio irmão;

sendo irmãos, pois, são iguais:
que os homens se guardem mais
ao lado esquerdo do peito
onde o coração tem leito;

finalmente, a liberdade:
ao homem de boa vontade,
que a desfrute ardentemente !
Ou a perca o insolente.

Capitalismo X Poesia

O boçal capitalismo
não nos permite o lirismo,
uma atitude poética:
tempo perdido em vão.

Enriquecer é preciso
embrutecer é preciso,
essa é a sua ética:
enternecer, não e não.

A poesia, como a flor,
enternece a vida, a dor.
Este sistema de horror
baniu poesia e flor.

Dívida Externa

Dívida externa
Dívida ex terna
Dívida eterna
De vida nada tem
De morte, porém

Indecência que assola
Aniquila e esfola
Dívida ávida rapina
Violenta e assassina
A América Latina

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