quinta-feira, setembro 30, 2010

Que raio de ditadura é essa e onde está a derrota de Chávez ?

Os meios de comunicação internacionais e nacionais, em sua vil campanha midiática, há tempos vem submetendo o governo Chávez a um implacável bombardeio de calúnias e mentiras, afirmando sem peias que Chávez reduziu a economia do país a frangalhos e que seu socialismo fez desabar sobre a economia uma crise com reflexos devastadores para o nível de emprego, a inflação e a incontrolável criminalidade.

Max Altman*
E que, para conter a ladeira abaixo, só restava ao ditador Chávez acirrar a ditadura bolivariana, investindo contra a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão.

Mas que ditadura é essa? Após meses de campanha, feriram-se, no dia 26 de setembro, as eleições parlamentares previstas no calendário, o 15º confronto eleitoral desde a ascensão de Hugo Chávez. Campanha aberta e livre a ponto de, às vésperas do pleito o tradicional, jornal El Nacional estampar, sem se deter, a manchete: “Murió el Mono y queda el mico” (Morreu o Mono e falta o ‘mico’). Uma alusão à morte em ação bélica do líder das Farc, Mono “Jojoy”.

Mono em espanhol é macaco e as elites venezuelanas costumam referir-se a Chávez como ‘mico’ que também se traduz por macaco. Elas, amiúde, dizem do presidente que ele é um ‘mico mandante’ um arremedo de como os liderados de Chávez a eles se referem como ‘mi comandante’. Expressão desenfreada de discriminação racial e incitação ao magnicídio.

De resto, toda a imprensa escrita, televisada e radiofônica privada agiu como partido de oposição, raivosamente, sem limites, sem constrangimentos, e a campanha dos candidatos dos múltiplos partidos de oposição foram regadas com fartos recursos provenientes de fundos públicos e privados dos Estados Unidos.

E o que se viu nas ruas de Caracas e em todo o país? Um pleito democrático, tranqüilo, limpo, transparente, rápido e seguro, com presença maciça de eleitores – 66,45%, índice recorde e muito superior às eleições parlamentares anteriores - para pôr abaixo todas as acusações de fraude que os setores golpistas e conservadores alegavam para as suas derrotas.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que é o braço do Poder Eleitoral , constitucionalmente autônomo como o são o Poder Executivo, Judiciário, Legislativo, organizou essas esperadas eleições, que observadores internacionais aprovaram integralmente.

O eleitor chega ao centro de votação já com a presença do Plano República, soldados do exército encarregados da ordem pública, do transporte de todo o material eleitoral antes e após o pleito e da organização das filas que se formam. Munido de sua cédula de identidade, apresenta-a a um dos mesários que cuidam das máquinas que captam impressões digitais, apõe seu polegar direito e, na tela, aparece a reprodução de sua identidade.

O mesário compara os dados e lhe informa por escrito em que mesa deverá votar. Apresenta-se na sala ao mesário que confere seu nome e dados no caderno de votação onde apõe sua assinatura e impressão digital. Dirige-se, então, ao presidente da mesa que lhe pergunta se sabe como votar e se necessita de explicação.

O eleitor dirige-se à mesa onde estão as máquinas eletrônicas protegidas por um biombo de papelão. O presidente aperta um botão e libera o voto. O eleitor vota secretamente e, ao concluir seu voto, pressiona um botão de finalização. A máquina emite um comprovante físico. O votante confere o seu voto nesta papeleta, dobra-a e a introduz numa urna.

Em seguida, dirige-se a outro mesário e oferece seu dedo mindinho para limpar e mergulhar na tinta indelével, uma reafirmação visível de que não poderá votar uma segunda vez, visto que a máquina da impressão digital já impedia essa possibilidade. Finda a votação, a máquina emite a ata numa tira de papel. E ali mesmo é feita a auditoria, comparando-se a ata eletrônica com a urna onde foram depositados os comprovantes. Todos os dados são imediatamente enviados por rede à central de totalização do CNE.

A oposição a Chávez alegava antes, e reafirma agora, que Chávez preparou uma cama de gato ao aprovar nova demarcação das circunscrições eleitorais. Novamente uma grossa mentira para tentar desqualificá-lo. Fundamentalmente porque é o Poder Eleitoral, e só ele, quem define as regras do jogo.

E essas regras, ou seja, o sistema eleitoral, respeitaram o art. 186 da Constituição da República Bolivariana da Venezuela que reza: “A Assembleia Nacional estará integrada por deputados eleitos em cada entidade federal, por votação universal, direta, personalizada e secreta com representação proporcional segundo uma base proporcional de 1,1 por cento da população total do país. Cada entidade federal elegerá, ademais, três deputados.”

São 165 as cadeiras da Assembléia Nacional assim distribuídas: 72 assentos correspondentes aos 3 deputados por cada um dos 24 estados; 90 assentos distribuídos na rigorosa proporção da base populacional de cada estado; 3 assentos à representação indígena.

São 87 as circunscrições eleitorais distribuídas nos vários estados. Cinqüenta e dois deputados são eleitos proporcionalmente em lista partidária. (voto por lista). Há estados de maior população que elegem 3 por lista e os demais, 2. Cento e dez deputados são eleitos nominalmente dentro de suas respectivas circunscrições (voto distrital). Portanto, todos os conceitos eleitorais universalmente aceitos estão aí contemplados.

O resultado final mostrou o seguinte: PSUV de Chávez, 98 cadeiras; Partidos de oposição, 64; Pátria Para Todos (PPT), 3. Os deputados indígenas já estão aí incluídos. A oposição alardeia cinicamente a manipulação das regras eleitorais gritando que, tendo recebido perto de 48% dos votos, deveria receber semelhante representação parlamentar

Vejam o que ocorreu, por exemplo, no estado de Zulia, tradicionalmente opositor e que contribuiu com o maior número de deputados, 15. O PSUV de Chávez obteve 44,42% dos votos e elegeu apenas 3 deputados (20%). Os partidos de oposição tiveram 54,82% dos votos e ficaram com 12 vagas (80%). Algo ainda mais evidente ocorreu no estado de Anzoátegui. Isto a mídia esconde.

Os jornalões estampam em títulos gritantes: “Derrota de Chávez”, “Chávez sofre um estrondoso revés político”. Conquistar 98 num parlamento de 165 cadeiras é vitória expressiva em qualquer lugar do mundo. É verdade que Chávez e o PSUV imprimiram à campanha um caráter plebiscitário, almejando a conquista de 110 assentos, maioria qualificada, que lhes permitiria avanços mais céleres no processo revolucionário, inclusive reformas constitucionais.

Levaram pouco em conta que, em eleições parlamentares, outros fatores, que não os políticos, podem ter peso decisivo. Não tendo alcançado a meta, deverão rever suas táticas e estratégia. E se é certo que será mais difícil avançar com a futura composição parlamentar, é praticamente impossível qualquer recuo nos avanços já conquistados pela revolução bolivariana.

Nos dois anos que separam das eleições presidenciais de 2012, o governo Chávez deverá se preocupar em resolver ou atenuar alguns dos graves problemas que afligem o povo venezuelano: melhoria drástica da eficiência administrativa do governo central e dos governos estaduais e municipais; retomada do crescimento econômico e conseqüente volta à redução do desemprego; fortalecimento e aprimoramento de todos os programas sociais em curso; combate implacável à delinqüência; medidas enérgicas para reduzir a inflação; postura intransigente a atos de corrupção, desvios e facilidades.

A boa resposta governamental a essas preocupações da população atrairá parcelas que se sentem incomodadas e negam apoio na hora de votar. Ao lado disso, é essencial repensar o jogo político, defender e consolidar as conquistas, enfrentar com firmeza as tentativas internas ou externas de desestabilização, aprofundar a consciência ideológica e o grau de organização de suas bases, mas também construir alianças, trazendo para o campo revolucionário fatias da sociedade que se afastaram e atrair parte dos setores profissionais, da intelectualidade da área artística e da juventude. Serão dois anos difíceis em que será preciso livrar o bom e inteligente combate.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Serra, naftalina e guerra fria

Carta Maior, 27-09-2010

Venezuela vai às urnas em clima de absoluta democracia. Observadores internacionais atestam a lisura do pleito. População comparece em massa aos locais de votação. Não há confrontos, não há incidentes políticos sérios. Chávez obtem maioria simples no Congresso; a oposição cresce; haverá mais negociação para se aprovar mudanças estratégicas na economia e na sociedade. É isso a 'ditadura chavista' ? Um dia de voto e liberdade desmente centenas de páginas da mídia demotucana; capas e mais capas de VEJA derretem como picolé ao sol do Caribe. Sobretudo, porém, o pleito de ontem revela a esférica lente do anacronismo político com a qual Serra olha E interpreta a América Latina, a ponto de ter feito campanha contra o ingresso da Venezuela no Mercosul por discordar da liderança de Chávez. A oposição venezuelana, uma das mais extremadas da região, mostrou-se menos obtusa que o candidato do conservadorismo brasileiro; foi às urnas e renasceu como interlocutor político. Entre outras razões, é por isso que Serra sai da eleição menor do que entrou. Na questão externa, sai como um porta-voz dos editoriais do Estadão, encharcado de naftalina e guerra fria.

domingo, setembro 26, 2010

Por que a direita não aceita Lula nos palanques da Dilma?

Editorial do Vermelho
Na crônica das eleições presidenciais posteriores a 1945, a classe dominante brasileira defronta-se com uma situação que, para ela, é inusitada: Lula pode, em sua sucessão, repetir o feito de Getúlio Vargas em 1945, e eleger seu candidato – no caso, candidata. Esta talvez seja uma das explicações para a perplexidade e ira da oposição conservadora contra a participação do presidente Lula nos palanques da campanha eleitoral, defendendo a eleição de Dilma Rousseff.

Em 1945, Getúlio Vargas assumiu posições democráticas e nacionalistas, aproximou-se dos trabalhadores e foi deposto por um conluio entre chefes militares de direita e a embaixada americana no Rio de Janeiro. Mas seu apoio ao marechal Dutra, na eleição presidencial daquele ano foi decisivo, ajudando-o a acumular os 3,3 milhões de votos, mais do que a soma de todos os outros candidatos, que tiveram 2,6 milhões. O candidato da UDN, o brigadeiro Eduardo Gomes, ficou com 2 milhões, numa derrota inesperada para a direita liberal que tentou contestar a vitória alegando pela mídia patronal que a intervenção de Getúlio foi demagógica. Qualquer semelhança com o que acontece hoje, 65 anos depois, não é mera coincidência...

Mas Dutra fez um governo reacionário, com uma política econômica liberal nociva para a nação e para os trabalhadores. Assim, em 1950, Getúlio voltou a ser eleito. Foi a senha para uma intensa campanha da direita contra o novo presidente, que culminou com seu suicídio em 24 de agosto de 1954. Mas o sonho dos golpistas de controlarem a presidência foi desfeito pelo verdadeiro levante popular animado pela divulgação da Carta Testamento de Vargas. E, na eleição que escolheu o novo mandatário, em 1955, a direita foi outra vez derrotada com a escolha de Juscelino Kubitschek, que a UDN via como herdeiro de Getúlio.

Uma nova chance conservadora veio em 1960, com a escolha de Jânio Quadros para o mais alto cargo da nação, sob o lema da moralidade e da luta contra a corrupção. Mas o novo presidente permaneceu pouco mais de seis meses no cargo, e renunciou no dia 25 de agosto de 1961. Foi substituído por João Goulart, outro herdeiro de Getúlio odiado pela direita e pela embaixada dos EUA. Ele foi deposto pelo golpe de Estado de 1º de abril de 1964, que deu início à longa série de generais presidentes que acabou com a democracia no Brasil e impôs governantes escolhidos a dedo pela cúpula das Forças Armadas.

O Brasil só voltou a ter eleições diretas para presidente em 1989. Elas foram convocadas pelo presidente José Sarney dentro do cronograma da institucionalização democrática sob a égide da Constituição de 1988. Mas no final do governo a popularidade de Sarney era tão baixa que ele não teve a menor condição de influir na escolha de seu sucessor.

Aquela eleição assistiu ao primeiro embate que teve Lula como candidato. Ele perdeu para Fernando Collor de Mello, que se apresentou como campeão da moral, do estado mínimo e das privatizações. Mas Collor foi afastado, acusado de corrupção, sendo sucedido pelo vice, Itamar Franco.

Não se pode dizer propriamente que Itamar tenha conseguido eleger seu sucessor. Embora tenha terminado o governo com boa aprovação popular, a inflação era alta e o Plano Real, que conseguiu dominá-la, foi lançado no início da campanha eleitoral de 1994 (o real começou a circular no dia 1º de julho), e a eleição de Fernando Henrique Cardoso navegou na onda otimista criada pela nova moeda.

O otimismo logo se esvaiu; a política neoliberal de FHC privatizou estatais, desmontou o Estado, não teve competência para enfrentar crises econômicas internacionais, estagnou a economia, aumentou o desempregou e empobreceu o país. Ela demoliu a popularidade inicial do presidente, que chegou ao fim com meros 26% de aprovação popular. E não elegeu seu sucessor: em 2002 a vontade popular levou Lula à presidência que, hoje, com mais de 80% de aprovação popular, tem chances reais de ajudar a fazer de Dilma Rousseff a nova presidente do Brasil.

Neste mais de meio século que nos separa de 1945 o conflito programático na disputa pela Presidência da República sempre envolveu o confronto de dois programas. Um, o da direita neoliberal, que favorece o grande capital financeiro, a ligação com o imperialismo norte-americano e as restrições à democracia e à participação popular. Contra ele, as forças políticas mais avançadas e democráticas opuseram a busca do desenvolvimento autônomo da nação, o fortalecimento da indústria, a robustez do mercado interno, a valorização do trabalho e da renda dos brasileiros e o fortalecimento da participação popular.

Marcados pela impopularidade, os governos da direita foram incapazes de fazer seus sucessores (exceto durante a ditadura militar de 1964...). E, historicamente a direita sempre pregou o golpe contra presidentes que, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e, agora, Lula, defenderam projetos nacionais em desacordo com seus interesses conservadores. Foi um longo período de instabilidade e crise permanente em que, antes de Lula, apenas Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso foram presidentes civis eleitos que terminaram seus mandatos dentro dos prazos constitucionais.

A direita tem uma adesão mística à imagem de presidentes neutros em relação à luta eleitoral, com comportamento majestático e que não entram no confronto político aberto e claro, como se fossem monarcas com prazos de governo fixados em lei. É uma imagem que não corresponde ao seu próprio comportamento truculento, e de seus porta-vozes midiáticos, que se voltam contra governantes que não seguem sua cartilha antidemocrática e pretensamente apolítica. Mas isso, tudo indica, está ficando para trás no cenário brasileiro.

Chàvez convida venezuelanos a votarem

Quem conclama para que o povo vote é ditador ?

Humor político

Quem tem medo da democracia?

Emir Sader

O momento mais trágico da história brasileira – o do golpe de 1964 e da instauração do pior regime político que o Brasil já teve, a ditadura militar – foi o momento da verdade da democracia. O momento revelou quem estava a favor e quem estava contra a democracia. E quem pregava e apoiava a ditadura. Foi um divisor definitivo de águas. O resto são palavras que o vento leva. A posição diante da ditadura e da democracia, na hora em que não havia outra alternativa, em que a democracia estava em risco grave – como se viu depois - foi decisiva para definir que é democrata e quem é ditatorial no Brasil.

Toda a velha imprensa, que segue ai – FSP, Globo, Estadão, Veja – pregou e apoiou o golpe militar, compactuou com a destruição da democracia no Brasil e enriqueceu com isso. Compactuou inclusive com a destruição da Última Hora, o único jornal que sempre resistiu à ditadura. O mesmo aconteceu com a maior parte da elite política da época - uma parte da qual ainda anda por aí, quase todos dando continuidade ao mesmo papel de inimigos da democracia, mesmo se disfarçados de democratas.

A história contemporânea é continuação daquela circunstância e da ditadura que ela instaurou. Se o amplo apoio ao governo Lula provêm, no essencial, em ter, pela primeira vez, diminuído a desigualdade, a injustiça e a exclusão social no Brasil, isto se deve, em grande parte, à monstruosa desigualdade que o modelo implantado pela ditadura – fundado na liberdade total ao capital e no arrocho dos salários, acompanhado da intervenção em todos os sindicatos – promoveu.

Da mesma forma que a polarização atual da política brasileira se centra de novo em torno da alternativa democracia/ditadura. Como naquela época, ambos os lados dizem falar em nome da democracia. Como naquela época, toda aquela imprensa e parte da elite política tradicional, falam da democracia – que eles mesmos ajudaram a massacrar ao pregar e apoiar a instauração da ditadura no Brasil –, mas representam a antidemocracia, representam os interesses tradicionais das elites, que resistem à imensa democratização por que passa o Brasil.

O golpe de 1964 foi realizado para evitar a continuidade de um processo de ampla democratização por que passava o Brasil. A política econômica do governo Jango, a extensão da sindicalização – aos funcionários públicos, aos trabalhadores rurais -, as lutas populares por mais direitos, o começo de reforma agrária, incorporavam crescentes setores populares a direitos essências. Mas isso não era funcional aos interesses das elites dirigentes, comprometidas com interesses econômicos voltados para o consumo das camadas mais ricas da sociedade – a indústria automobilística era o eixo da economia – e para a exportação, em detrimento do mercado interno de consumo popular.

O golpe e a ditadura militar fizeram um mal profundo para o Brasil, mas favoreceram o capitalismo fundado nas grandes corporações nacionais e internacionais, que lucraram como nunca – entre elas os próprios grupos econômicos da mídia. A gritaria de que a democracia estava em perigo, em 1964, serviu para acobertar a ditadura e o regime mais antipopular que já tivemos.

Agora o quadro se repete, já não mais como tragédia, mas como farsa. Vivemos de novo um processo de ampla e profunda democratização da sociedade brasileira. Dezenas de milhões de brasileiros, que nunca haviam tido acesso aos bens mínimos à sobrevivência, adquirem o direito de tê-los, para viver com um mínimo de dignidade. O mercado interno de consumo popular passou a ser elemento integrante essencial do modelo econômico.

A sociedade brasileira, que era a mais desigual da América Latina - que, por sua vez, é o continente mais desigual do mundo -, pela primeira vez, começou a ser menos desigual, menos injusta. Isso incomoda às elites conservadoras brasileiras. Já não podem dispor do Estado brasileiro – e das empresas estatais – como sempre dispuseram. Os donos de jornais, rádios e TVs, já não têm um presidente da república que almoce e jante com eles, com todas as promiscuidades decorrentes daí.

Sentem que o poder se lhes escapa das mãos. Que um presidente – nordestino e operário de origem – conquistou um prestigio e um apoio popular, apesar deles. Tem medo do povo. Quando se dão conta da democratização que começou a acontecer, logo retomam os seus fantasmas da guerra fria e gritam que a democracia está em perigo, quando o que está em perigo são os seus privilégios.

São os mesmos que confundiam seus privilégios com democracia – porque assimilavam democracia com regime que protegia seus interesses -, que agora tem medo da democracia, porque sentem que perdem privilégios. Privilégios de serem os únicos formadores de opinião publica, de serem os que filtravam quem podia ocupar a presidência republica e os outros cargos públicos importantes. Privilégios de terem acesso exclusivo a viajar, a comprar certos bens, a ir ao teatro. Privilégios de decidir as políticas governamentais, de eleger e destituir presidentes.

O que está em perigo são os privilégios das minorias. O que está em desenvolvimento no Brasil é o mais amplo processo de democratização que o país já conheceu. Um processo que apenas começa, que tem que quebrar o monopólio do dinheiro (poder do capital financeiro), da terra (poder dos latifundiários) e o poder da palavra (poder da mídia monopolista), entre outros, para que nos tornemos realmente um país justo, solidário e soberano.

Quem tem medo da democracia? As elites que sempre detiveram privilégios, que agora começam a perdê-los. O povo, os que têm consciência social, democrática, não tem nada a temer. Tem um mundo – o outro mundo possível – a ganhar.

segunda-feira, setembro 20, 2010

sexta-feira, setembro 17, 2010

quinta-feira, setembro 16, 2010

segunda-feira, setembro 13, 2010

A mídia e o escândalo Lula

Emir Sader

Quem olhasse para o Brasil através da imprensa, não conseguiria entender a popularidade do Lula. Foi o que constatou o ex-presidente português Mario Soares, que a essa dicotomia soma a projeção internacional extraordinária do Lula e do Brasil no governo atual e não conseguia entender como a imprensa brasileira não reflete, nem essa imagem internacional, nem o formidável e inédito apoio interno do Lula.
Acontece que Lula não se subordinou ao que as elites tradicionais acreditavam reservar para ele: que fosse eternamente um opositor denuncista, sem capacidade de agregar, de fazer alianças, se construir uma força hegemônica no país. Ficaria ali, isolado, rejeitado, até mesmo como prova da existência de uma oposição – incapaz de deixar de sê-lo.
Quando Lula contornou isso, constituiu um arco de alianças majoritário e triunfou, lhe reservavam o fracasso: ataque especulativo, fuga de capitais, onda de reivindicações, descontrole inflacionário, que levasse a população a suplicar pela volta dos tucanos-pefelistas, enterrando definitivamente a esquerda no Brasil por vinte anos.
Lula contornou esse problema. Aí o medo era de que permanecesse muito tempo, se consolidasse. Reservaram-lhe então o papel de “presidente corrupto”, vitima de campanhas orquestradas pela mídia privada – como em 1964 -, a partir de movimentos como o “Cansei”. Ou o derrubariam por impeachment ou supunham que ele pudesse capitular, não se candidatando de novo, ou que fosse, sangrado pela oposição, ser derrotado nas eleições de 2006. Tinham lhe reservado o destino do presidente solitário no poder, isolado do povo, rejeitado pelos “formadores de opinião”, vitima de mais um desses movimentos que escolhem cores para exibir repudio a governos antidemocráticos e antipopulares.
Lula superou esses obstáculos, conquistou popularidade que nenhum governante tinha conseguido, o povo o apóia. Mas nenhum espaço da mídia expressa esse sentimento popular – o mais difundido no país. O povo não ouve discursos do Lula na televisão, nem no rádio, nem os pode ler nos jornais. Lula não pode falar ao povo, sem a intermediação da mídia privada, que escolhe o que deseja fazer chegar à população. Nunca publica um discurso integral do presidente da republica mais popular que o Brasil já teve. Ao contrário, se opõem frenética e sistematicamente a ele, conquistando e expressando os 3% da população que o rejeita, contra os 82% que o apóiam.
Talvez nada reflita melhor a distância e a contraposição entre os dois países que convivem, um ao lado do outro. Revela como, apesar da moderação do seu governo, sua imagem, sua trajetória, o que ele representa para o povo brasileiro, é algo inassimilável para as elites tradicionais. Essa mesma elite que tinha uma imensa e variada equipe de apologetas de Collor e de FHC, não tolera o fracasso deles e o sucesso nacional e internacional, político e de massas, de um imigrante nordestino, que perdeu um dedo na máquina, como torneiro mecânico, dirigente sindical e um Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a capitulação ou a derrota.
Lula é o melhor fenômeno para entender o que é o Brasil hoje, em todas as posições da estrutura social, em todas as dimensões da nossa história. Quase se pode dizer: diga-me o que você acha do Lula e eu te direi quem és.

domingo, setembro 12, 2010

Salvador Allende

Há 37 anos, no dia 11 de setembro de 1973, Allende era assassinado pelas Forças Armadas chilenas em um brutal golpe de Estado patrocinado pela elite chilena em conluio com os Estados Unidos. Hoje as forças populares progressistas lembram o fato e exortam o povo à luta para prosseguir os avanços iniciados por seu governo e retomados pelos atuais governos da América Latina.

Faltam tres semanas

Carta Maior - 12/09
Serra já tentou todas as máscaras; de neo-lulista a sucessor de Alvaro Uribe no comando da direita lationamericana. Fez-se passar por vítima e depois caluniou com sofreguidão. Não parou de cair nas pesquisas mas, sobretudo, algo que os isentos comentaristas fingem não ver, a forma arestosa como faz política, encharcada de falsidade quase colegial, inspira cada vez mais repulsa, mesmo entre seus pares. Serra tem 32% de rejeição, contra 27% de apoio nos levantamentos do complacente instituto de pesquisas da família Frias, cuja aderencia à campanha demotucana não é mais objeto de discussão. Serra vai receber a extrema unção política dia 3 de outubro ou em seguida, no 2º turno. O conservadorismo nativo sabe que ele é um fósforo queimado. Jamais será cogitado novamente como um líder aglutinador. A exemplo de certos colunistas e veículos, porta-vozes da direita e da extrema-direita nativa, Serra sabe que perdeu o bonde da história e quer vingança. Eles já teriam disparado a bala de prata se ela existisse. Não conseguiram uma. Resta-lhes o método da saturação. Expelir diariamente acusações, calúnias, falsas denúncias, insinuações, preconceitos, mentiras. Requentar velhos temas, criar uma nuvem de ilações descabidas. Recriar, enfim, o artifício udenista de um mar de lama em torno do governo, do PT, de Lula e Dilma na esperança de que, ao menos, sua derrota seja também uma derrota da democracia.Quem sabe capaz de reproduzir no país uma classe média de vocação golpista, a exemplo do que a direita conseguiu na Venezuela. Serra, os petizes da Veja, os aliados espalhados na mídia demotucana em geral, não tem o talento de um Carlos Lacerda. Nem a coragem dos golpistas que íam às ruas apregoar abertamente a derrubada de governos. O que eles possuem de mais perigoso no momento é a consciência de que não tem mais nada a perder. Derrotados, pior que isso, desmoralizados como incompetentes entre seus próprios pares, atingiram aquele ponto em que são capazes de qualquer coisa. Faltam tres semanas para as eleições. A barragem de fogo vai se intensificar. Contra o jogral da mídia pró-Serra, o Presidente Lula terá que usar todo o peso de sua liderança popular para consumar a vitória das forças democráticas contra uma direita disposta a se transformar em carniça para incomodar até depois de morta.

sábado, setembro 11, 2010

Declarações de Fidel Castro

Fidel Castro afirma que suas declarações foram mal interpretadas por jornalistas dos EE.UU.


sexta-feira, setembro 10, 2010

Fernando Pessoa (1888-1935)












Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Serra sabia da devassa desde 2009

Eles usam black tie

Walter Sorrentino

Lá vai o féretro da Política. Ela, pálida de morte, vai contrariadíssima, cheia de vergonha e indignação. Jamais imaginou ser declarada inimiga e conduzida na padiola com que querem enterrá-la os próceres da oposição. Menos ainda que difundissem que teria perecido em meio a crônicas policiais de segunda categoria. Imaginava ser um adversário de escol e, assim, ter melhor morte, se fosse para morrer. Mas ao contrário. Não morreria justo agora em que as maiores parcelas do povo irrompem no proscênio da política brasileira.

Aliás, o povo protagonista da política demorou mais que ser retratado nos palcos da dramaturgia nacional, inaugurado pelo magistral Guarnieri em Eles não usam black tié, lá se vão 50 anos. Na política, a inovação histórica tem apenas 8 anos. Sempre se imaginou que, quando isso ocorresse, haveria grandes tormentos para a parcela mais bem aquinhoada da sociedade. Mas não. O país seguiu bem, melhorou, reencontrou o caminho do desenvolvimento após duas décadas perdidas na estagnação.

Os que usam o black tie, ou os que se julgam os únicos a poder usá-lo, esses sim ficaram atormentados. Agem como sempre: prepotentes, donos da verdade (publicada), em manchetes que só plutocratas teriam coragem de usar. Como por exemplo Jereissati, o senador, dizer da situação brasileira: “Vai acabar todo mundo no Bolsa-Família e ninguém produz mais nada”. É o que um escravocrata pensava da abolição no fim do século 19 – mas nem teria coragem de dizê-lo em público. Jereissati é corajoso, como se vê, tanto quanto a oposição golpista e inconseqüente da Venezuela.

Os tucanos perdidos estavam como oposição, assim continuaram na campanha. Perderam o debate político na sociedade. Carente de outro rumo, puseram em ação uma versão requentada de udenismo primário, aquele que levou Getúlio ao suicídio, ou o que, em outros tempos , produziu a ditadura de 1964 – lembrem-se, também em nome da democracia. Hoje são as bandeiras farsescas da mexicanização, estado policial, subperonismo, autoritarismo popular, perigo para a democracia. A oposição midiático-tucana (hoje seria exagero falar em “demo”-tucana…) chegou a extremos de cinismo, insensatez, falta de escrúpulos. Manchetes de “escândalos” se sucedem todo dia, dias a fio, tão artificiais quanto previsíveis, nos jornalões da Globo e de São Paulo (só isso). Expedientes obscuros, inescrupulosos e mal afamados. É tutto la stessa cosa. É como uma marcha-fúnebre da Política.

Só o povo não é o mesmo. Ele foi quem definiu a tendência desta eleição, com grande antecedência: forneceu o vetor pela continuidade. Deu seu voto de confiança no rumo aberto no país por Lula, a ser continuado por Dilma. Espera que esse caminho produza todos os frutos potenciais. Em termos de nações, isso é coisa para pelo menos 20 anos, para consolidar e aprofundar a mudança de rumo nascida do governo Lula.

A oposição errou estrategicamente. A mãe dos erros é sua visão de país. Ou melhor, a cegueira para o que aconteceu de fato nos últimos anos para 192 milhões de brasileiros, particularmente os 56 milhões que ascenderam socialmente de maneira marcante. O tucanos estagnaram, ficaram presos ao falso brilho de latão reluzente que significou sua passagem pelo poder nos anos 1990, com Fernando Henrique, e à perspectiva de um projeto de inserção subordinada do país à globalização neoliberal, sócio menor do consórcio norte-americano.

Haveria como ser mais digno na derrota, mas vá lá. O pior pode estar por vir para eles. Terão que se reinventar. A perspectiva de derrota é má conselheira e adverte-se dias difíceis – a vingança entre eles será maligna. Enquanto isso, a Política, longe de ser enterrada, se instituirá em plenitude, na disputa, na sociedade e no governo, de rumos do projeto para o país. Aliás, mais necessária e bem servida agora que nunca, pois o povo conquistou cidadania mais plena numa democracia mais extensa e profunda.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Fala de Lula contra Serra

O Processo da Independência

Mauro Santayana

As nações podem ter forte identidade de origem ou construí-la no andamento da História, como ocorreu aos Estados Unidos e ao Brasil. O processo da independência é inseparável da afirmação da identidade – e, nos dois casos, o processo é recente, em termos históricos. Tivemos que iniciar – eles e nós – a construção nacional a partir de ruptura com uma pátria velha, que não nos servia, e aceitar outros genes para formar nossos povos.

Estamos, no fim da primeira década do milênio, no mundo inteiro, mas, particularmente no Brasil e nos Estados Unidos, vivendo etapa interessante de afirmação de identidade nacional. O presidente Obama retorna, de algum modo, ao keynesianismo de Roosevelt, com seu projeto de grandes obras de infraestrutura, a fim de criar empregos. Keynes é um dos insistentes profetas de nosso tempo: escorraçado, como Marx, continua vagando no campo das ideias. A História sempre recorre a si mesma, quando o presente cambaleia.

Desde a fundação, a República norte-americana oscila entre os dois projetos de impor sua identidade (ou seu poder) ao mundo: o do exemplo democrático e o da força bélica. O Brasil nunca teve a veleidade de impor-se ao mundo. Limitou-se a exercer o poder militar nas cercanias, a fim de proteger as fronteiras, adquiridas com a habilidade diplomática mais do que com a força.

Isso ocorreu com nossas intervenções, nem sempre exitosas, na Bacia do Prata, no caso da Província Cisplatina, na aliança com Urquiza contra Rosas e, depois, aliados a Mitre contra o Paraguai. Em todos esses episódios era difícil negar aos brasileiros o direito da intervenção militar.

O programa de Obama tem alguma coisa semelhante ao de Lula. Quando a liberdade do capitalismo o perverte, e a desigualdade se torna insuportável, é preciso que a autoridade do Estado se exerça, para salvar a economia. Foi o que ocorreu com o new deal, e está ocorrendo nos atos de Obama, mediante a intervenção regulatória no sistema financeiro e a reforma do sistema de saúde, já aprovadas pelo Congresso, e o recente plano de recuperação do sistema viário norte-americano que, em algumas regiões, parece mais precário do que o nosso.

Essas semelhanças políticas – que incluem a origem dos dois chefes de Estado – não podem, no entanto, permitir que baixemos a guarda. Ainda agora, sem que as autoridades brasileiras fossem informadas, quatro pesquisadoras norte-americanas, acompanhadas de quase 20 estudantes da mesma nacionalidade, estavam colhendo amostras da diversificada e rica água do Pantanal. Em junho do ano passado, outros pesquisadores ianques também foram presos – acompanhados de brasileiros – quando colhiam sedimentos minerais e orgânicos do leito da Baía Vermelha, na mesma região.

O nacionalismo expansionista é criminoso, mas a defesa das fronteiras nacionais é imperativa, inseparável da identidade moral de nosso povo. Infelizmente, o país está aberto a esses violadores de seus segredos naturais. Temos sido roubados de nossos recursos com o saque do pau-brasil, das sementes das seringueiras, do ouro, do ferro, do manganês e de minerais raros e da nossa fantástica biodiversidade.

Dentro dessas perspectivas, às quais se acrescentam as da ampliação do mar territorial brasileiro, já reivindicada junto à ONU, e a exploração de seus recursos, a necessidade impõe mobilizar toda a sociedade e suas Forças Armadas, a fim de preservar a identidade nacional e, com ela, nosso patrimônio físico e moral. A independência é processo permanente de resistência.

quarta-feira, setembro 08, 2010

A Sagração da Primavera - Igor Stravinsky

Ambientado numa Rússia primeva, descreve um ritual em que uma jovem dança até a morte para obter a graça do deus da primavera. O balé é uma obra de êxtase selvagem, animada por ritmos poderosos e primitivos.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Unila - aula inaugural III

Unila - aula inaugural II

Unila - aula inaugural I

Viva o povo brasileiro!

Emir Sader
Massacrado pelos monopólios da velha mídia, desinformado sobre o país, vitima das mentiras reiteradas da oposição midiática, o povo brasileiro demonstra nestas eleições um grau de consciência política e de maturidade cívica exemplares. Consegue distinguir o essencial do secundário, opta pela prioridade das políticas sociais sobre a absolutização do ajuste fiscal, condena os políticos responsáveis pelos governos desastrosos do passado, opta pelo Estado como indutor do crescimento e da distribuição de renda.

Reconhece em Lula e na Dilma os principais responsáveis pelas mudanças positivas que o pais vive, execra a FHC, a Serra, à Globo e aos seus aliados da velha mídia, não dando bola para seus factóides e deixando-os na solidão do seu golpismo. O povo reconhece os avanços principais que o país teve, assiste os programas da Dilma na TV, comparece aos comícios de Lula e da Dilma, e se reconhece, sabe que tudo o que se mostra e se diz reflete as mudanças de vida que estão vivendo no seu mundo sofrido e até aqui abandonado.

Não deram ouvidos para as infâmias da oposição e sua velha mídia, de preconceitos contra as mulheres – que hoje majoritariamente também preferem Dilma -, contra os lutadores contra a ditadura, contra os movimentos sociais e os militantes políticos, que saem todos engrandecidos com o apoio popular.

Derrotados saem a Globo, a Veja, a FSP (Força Serra Presidente), o Estadão e todos os arautos do golpismo, do velho Brasil, das oligarquias tradicionais, com seus métodos de manipulação da opinião pública e de desprezo e discriminação pelo povo e por tudo o que é popular.

O povo percebe a diferença entre a demagogia opositora, não dá ouvidos a quem pretende ser eqüidistante dos dois campos em luta, relega ao ostracismo os que pretendem que nada mudou no Brasil. O povo não é bobo, encontra em Lula e na Dilma as vertentes do futuro, reconhecem a valorização do Brasil, sentem a auto-estima revigorada, superam o desalento, voltam a acreditar em si mesmos e no país.

Por isso o povo impõe a mais acachapante derrota às elites tradicionais, com sua velha imprensa, seus políticos caducos, sua demagogia superada. Derrota os caciques tradicionais que os enganaram durante tanto tempo, mandam FHC para o exílio e Serra para a aposentadoria, os tucanos para o museu da história.

“Esse povo de quem fui escravo, não será mais escravo de ninguém”, pregava e previa o Getúlio na sua Carta Testamento. Quem não reconhece esse povo, que começa a construir sua soberania, sua emancipação, seu destino próprio, suas formas solidárias de vida, está de costas para o país e merece ser derrotado fragorosamente nas eleições deste ano.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Discurso de Fidel Castro - Reportagem fotográfica

http://www.cubadebate.cu/noticias/2010/09/03/fidel-castro-la-paz-con-la-paz-se-paga/

Discurso de Fidel Castro - Parte VI

Ultima parte do discurso de Fidel Castro para os universitários cubanos exortando a paz e alertando sobre a possibilidade de uma guerra nuclear que pode ser iniciada no oriente médio pelos Estados Unidos e Israel contra o Irã.

Discurso de Fidel Castro - Parte V

Discurso de Fidel Castro - Parte IV

Discurso de Fidel Castro - Parte III

Discurso de Fidel Castro - Parte II

Discurso de Fidel Castro - Parte I

Discurso de Fidel Castro para os universitários cubanos exortando a paz e alertando sobre a possibilidade de uma guerra nuclear que pode ser iniciada no oriente médio pelos Estados Unidos e Israel contra o Irã.


quarta-feira, setembro 01, 2010

Emprego, juros e cambio



João Sicsú fala sobre seu último livro: Emprego, Juros e Câmbio na tv senado. O autor é doutor em economia, professor da UFRJ e atual diretor do Ipea na área macroeconômica. "A carga tributária no Brasil cresceu na última década porque as despesas públicas com juros cresceram demasiadamente", diz ele.