quinta-feira, junho 04, 2009

Cuba reafirma não ter intenção de voltar à OEA

O governo cubano avaliou como vitoriosa a revogação da resolução que excluía Cuba do Sistema Internacional desde 1962, sob decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA), mas afirmou que ainda não pretende participar das decisões da organização.

Ontem (3), a 39ª Assembleia Geral da OEA aprovou, por consenso, a revogação do decreto de 47 anos que não permitia Cuba de fazer parte do Sistema Interamericano e, com isso, fazer parte da organização.

"Essa determinação não muda nosso critério sobre a entidade e não modifica em nada a postura de Cuba de se tornar membro do grupo", afirmou o presidente do parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, à Prensa Latina.

"Há muitas coisas que devem mudar e que, por suposto, não possuem nada a ver com a resolução de 1962", considerou Alarcón. O parlamentar ainda tratou a resolução de 1962 como "uma medida que era anacrônica e distante da realidade".

Enquanto os países latino-americanos e caribenhos celebram a medida da OEA, parlamentares estadunidenses criticaram a revogação do embargo a Cuba. Integrantes do Partido Republicano dos EUA estão exigindo a eliminação do financiamento à OEA após a aprovação da resolução favorável a Cuba.

Para os republicanos, a medida é um exemplo de "absoluta incompetência diplomática" do governo do democrata Barack Obama. Alguns parlamentares de situação também criticaram a medida. Segundo a Infobae, o democrata de Nova Jersey Bob Menéndez qualificou o acordo como "débil" e "absurdamente vago". Menéndez declarou que o Congresso irá discutir em que medida está "disposto a apoiar à OEA como instituição".

Por outro lado, a imprensa oficial de Honduras divulgou que o presidente do país e anfitrião da Assembleia da OEA, Manuel Zelaya, considerou que o povo cubano foi "absolvido pela história" e que se fez uma "sábia retificação" ao derrogar o acordo de 1962.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comemorou o acordo que, segundo ele, é resultado das mudanças políticas registradas na região. "Já não somos o quintal dos Estados Unidos, já não somos colônia", disse Chávez.

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