segunda-feira, junho 29, 2009

Comunidade internacional condena golpistas

Governo brasileiro condenou de forma veemente ação militar que resultou na deposição do presidente eleito de Honduras, José Manuel Zelaya, e sua condução para fora do país. Organização dos Estados Americanos e União Européia também condenaram o golpe. Embaixador norte-americano em Honduras diz que o único presidente que os EUA reconhecem em Honduras é o presidente Manuel Zelaya. Hugo Chávez e Evo Morales defendem mobilização da comunidade internacional e de movimentos sociais contra golpe.

O governo brasileiro condenou hoje o golpe militar em Honduras. O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial informando que o Brasil condena de forma veemente o seqüestro do presidente Manuel Zelaya e sua deposição pelos militares. “O governo brasileiro condena de forma veemente a ação militar que resultou na retirada do presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, do Palácio Presidencial em Tegucigalpa no dia de hoje e sua condução para fora do país”, afirma a nota. Para o governo brasileiro, ações militares como a de hoje em Honduras atentam contra a democracia e não condizem com o estágio de desenvolvimento político da América Latina. “Eventuais questões de ordem constitucional devem ser resolvidas de forma pacífica, pelo diálogo e no marco da institucionalidade democrática”, diz ainda o Itamaraty.
O governo brasileiro solidarizou-se com o povo hondurenho e pediu que o presidente Zelaya seja imediata e incondicionalmente reposto em suas funções. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o golpe e pediu que os hondurenhos se comprometam a resolver de forma pacífica suas diferenças. Em nota oficial, o secretário manifestou firme apoio às instituições democráticas e condenou a detenção do presidente constitucional do país. Além disso, pediu a restituição dos representantes democraticamente eleitos no país e o pleno respeito aos direitos humanos, incluindo garantias de segurança para o presidente Zelaya, os membros de sua família e do governo. A União Européia também manifestou-se condenando o golpe militar e pedindo a imediata libertação do presidente do país.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou neste domingo, por aclamação, uma resolução de sete pontos que condena "energicamente" o golpe militar. O Conselho Permanente da entidade aprovou a resolução que, entre outros elementos, condena o golpe militar, exige o retorno de Zelaya ao poder e programa uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da OEA para terça-feira com o objetivo de estudar os próximos passos. Os governos da Bolívia e da Venezuela também rejeitaram energicamente o golpe militar. O presidente venezuelano Hugo Chávez, chamou o movimento de “golpe troglodita” e pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condene abertamente a deposição do presidente hondurenho. Evo Morales conclamou a comunidade internacional e os movimentos sociais a condenarem essa “aventura anti-democrática”.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou por sua vez que as disputas internas de Honduras devem ser resolvidas de forma pacífica. "Quaisquer tensões e disputas existentes devem ser resolvidas pacificamente e através do diálogo, livre de qualquer interferência externa", declarou Obama. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, apelou para que todos os partidos em Honduras respeitem as Constituições e as leis desse país. Já o embaixador norte-americano em Tegucigalpa, Hugo Llorens, afirmou que "o único presidente que os EUA reconhecem em Honduras é o presidente Manuel Zelaya". Diplomatas norte-americanos já estariam trabalhando para assegurar a segurança do presidente deposto e de sua família, a restauração da ordem constitucional e a volta de Zelaya à presidência do país.

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