quarta-feira, abril 29, 2009

O "New Deal" de Roosevelt




Blanchard Girão

O gangsterismo imperava; falências se acumulavam; Wall Street sucumbia. Suicídios eram cenas comuns nas grandes cidades norteamericanas. Neste cenário dantesco, nos princípios dos anos 30, um homem, numa cadeira de rodas, assumia a presidência dos Estados Unidos, uma nação literalmente arruinada.

Leio artigo escrito num jornalzinho maçônico pelo empresário José Lourenço de Araújo Farias, homem atualizado com o seu tempo. Farias aborda, com riqueza de detalhes, a passagem de Franklin Delano Roosevelt pela Casa Branca, revelando como o seu gênio político conseguiu retirar seu país da bancarrota e transformá-lo, em alguns anos, na mais poderosa potência.

O programa de Roosevelt ganhou a denominação de “New Deal”, que, ao pé da letra, significa nova partilha. Entendeu o estadista que aquela caótica realidade tinha origem numa impressionante concentração de renda. Era necessário, urgentemente, mudar as regras do jogo para soerguer a Nação e retirar milhões de pessoas do desemprego e da humilhante fila do sopão que o governo distribuía a cada fim de tarde.

Escreve Lourenço: “Roosevelt assumiu a presidência em janeiro de 1933 e só encontrou escombros para administrar – 56% das indústrias paradas, 80% dos bancos quebrados e o povo americano no filão da sopa. Era o caos. O caos de mais um ciclo capitalista que se exauria. Roosevelt conhecia muito bem os problemas do país e assumiu a presidência conduzindo o seu New Deal, uma nova visão política. Tinha o diagnóstico: concentração de renda. E sabia como resolver o problema: desconcentrar para eliminar o desemprego”.

A mão de ferro do Estado caiu firme, através do imposto de renda, sobre as grandes fortunas concentradas em algumas empresas e poucas pessoas físicas. “Quem ganhava até US$50 mil por ano, desconto de 31%; e para quem tinha rendas superiores a US$5 milhões por ano, as taxas alcançavam 75%.”

Com a arrecadação desse tributo, Roosevelt instituiu um programas de grandes obras, criando dezenas de milhões de empregos. A nação americana saiu da fila do sopão e foi trabalhar. Passou a ser, em curto período, um país de pleno emprego e, décadas depois, a potência líder do mundo.

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