terça-feira, agosto 07, 2012

Mensalões, sonegadores e hipócritas

Os gestores do dinheiro ilegal sempre acabam irrigando o caixa 2 de partidos --seja em nome próprio, para comprar proteção, seja a mando das empresas para as quais trabalham.Nesse toma lá dá cá que rege as relações entre a plutocracia e  o poder, a democracia representativa se perde num corredor obscuro, onde jazem os reféns do financiamento privado das campanhas eleitorais. Há pouco, uma pesquisa norte-americana mostrou que os brasileiros tinham cerca de US$ 520 bi ( R$ 1 trilhão de reais) em paraísos fiscais. O estudo ,'The Price of Offshore Revisited', feito por um economista que já chefiou a consultoria McKinsey, cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais,FMI, Banco Mundial e governos nacionais (portanto, está subestimado). Conclusão: desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais ricos de 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para US$ 9,3 tri a "riqueza offshore; os depósitos de brasileiros formam o quarto maior volume do planeta nessa modalidade  de evasão financeira e fiscal. A desregulação financeira e o desmonte dos Estados nacionais pelo credo neoliberal --apoiado enfaticamente no Brasil pelo mesmo jornalismo que agora pede sangue ao STF-- lubrificou e potencializou essa dinâmica. Farelos da engrenagem calafetam o caixa 2 de campanhas eleitorais. A  hipocrisia da direita se esponja na quirera. Mas poupa o imenso rega-bofe dos apetites pantagrurélicos, diante dos quais o STF --vide episódio Daniel Dantas-- se inclina obsequioso.

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