sábado, outubro 01, 2005

Salud, Neruda !










Carlos Henrique de Pontes Vieira

No dia 23 de setembro de 1973 falecia, em Santiago, Pablo Neruda, poeta chileno. Um pouco antes, no dia 11 do mesmo mês, havia ocorrido o golpe militar no Chile, que destituiu o governo constitucional e assassinou o presidente Salvador Allende Gossens, amigo de Neruda. A opinião pública internacional abalada pelos dois acontecimentos subseqüentes tomou conhecimento, estarrecida, de que a casa onde o cadáver desse último estava sendo velado era saqueada e destruída pelas forças golpistas.

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftali Ricardo Reyes Basoalto, foi um poeta engajado, politicamente. Com ele, o Chile ganhou, em 1971, o seu segundo prêmio Nobel de literatura. O primeiro havia sido recebido em 1945, concedido à poetisa Gabriela Mistral.

Sua intensa vida política e pública desenvolveu-se a partir da década de 20, enquanto ele se tornava, sucessivamente, cônsul de seu país na Birmânia (1927), no Ceilão (1928), em Java (1930), em Cingapura (1931), na Argentina (1933), na Espanha (1934) e no México (1940). Em 1945, foi eleito Senador pelo povo chileno. Essa atividade política culminou com a sua indicação à Presidência da República, em 1969, honra a que renunciou em favor de Salvador Allende. A partir daí, participou ativamente da campanha da Unidade Popular que elegeu esse último presidente do Chile, em 1970. Nesse ano, Neruda foi nomeado embaixador de seu país, na França.

Saúdo e reverencio Neruda pelo homem, poeta e político que foi. Como homem, soube, como poucos, amar as mulheres. Como poeta, autor de poemas de inspiração social e revolucionária, soube amar a vida. Como político, soube amar a humanidade, sobretudo a sua parcela oprimida a quem deu voz e representatividade.

Salve, Neruda!

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