segunda-feira, outubro 06, 2014

A essência do bolivarianismo



 Nós na casa de Simón Bolivar, Bogotá.

A mídia impregna de conotações pejorativas o termo bolivarianismo e acusa Dilma Rousseff com essas falsas conotações, como se nossos problemas fossem iguais aos da Venezuela. É preciso conhecer de onde surgiu esse termo e saber do que realmente se trata, a sua conotação apreciativa. Mesmo com essa conotação apreciativa Dilma nunca se declarou bolivariana.

O Bolivarianismo

É uma doutrina política baseada no pensamento político e geopolítico de Simón Bolívar, o libertador da Venezuela, Colombia, Bolívia, Perú e Equador.  Ele é conhecido como o George Washington da América Latina. 

Atualmente, faz referência, entre outros aspectos, à sua concepção de justiça social. Considera-se que esta ideologia esteja bastante difundida por toda a América espanhola.

Estas ideias de Simón Bolivar estão expressas nos documentos da Carta de Jamaica, no Discurso de Angostura e no Manifesto de Cartagena, e outros. Entre suas idéias estão a promoção da (a) educação pública gratuita e obrigatória, (b) o repudio à intromissão estrangeira nas nações americanas e à dominação econômica e (c) a união dos países latinoamericanos, ítem mais importante.

Esse termo ficou conhecido pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez, que, quando assumiu presidência da república em 1998, autodenominou-se bolivariano e seguidor das ideias de Bolívar. Entre suas ações inspiradas nesta ideologia estão a mudança da Constituição da Venezuela de 1961 na chamada Constituição Bolivariana de 1999, que mudou o nome do Estado para República Bolivariana da Venezuela, e outros atos como a criação e promoção de escolas e universidades com o adjetivo bolivariana, como o são as Escolas Bolivarianas e a Universidade Bolivariana da Venezuela. Todas estas políticas que estão sendo levadas a cabo na Venezuela se enquadram no que se denominou Revolução Bolivariana. A partir de 2005, começou-se a utilizar, além disso, o conceito de Socialismo do século XXI e a definir o caráter socialista da Revolução Bolivariana na Venezuela, ainda inconcluso.

Vários líderes políticos baseiam seus próprios projetos nos ideais de Bolívar,tais como Nicolas Maduro, o sucessor de Chávez na Venezuela, o presidente do Equador, Rafael Correa, e o presidente da Bolívia, Evo Morales. Na Colômbia o bolivarianismo foi o princípio fundador do Alternativo Pólo Democrático e de alguns setores do Partido Liberal liderados por Piedad Córdoba.

Carta da Jamaica

Na Carta da Jamaica de 1815, Simón Bolívar demonstrou seu desejo de formar uma confederação hispano-americana com as regiões que anteriormente pertenciam ao Império Espanhol, baseado no fato delas terem um passado histórico em comum, as mesmas instituições, professarem idêntica religião, a católica, e terem o espanhol como a sua língua dominante.

Nesta sua ideia, ficavam de fora os Estados Unidos (por serem anglo-saxãos de fala inglesa e de fé majoritariamente protestantes, além de inclinados ao expansionismo), o Haiti (de colonização Francesa) e o Brasil (de colonização Portuguesa) (que na época ainda não proclamara a independência). Bolívar afirmou que a aproximação geográfica daquelas regiões também tinha o seu peso.

Bolívar disse:"Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória."

Carlos Henrique de Pontes Vieira - Administrador e Advogado.


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