quinta-feira, março 14, 2013

Uma análise da escolha do Papa.

Um Papa é um Chefe de Estado, escolhido por seus pares, e se trata de um Estado que é um bastião do conservadorismo social; a Igreja Católica é uma instituição eminentemente conservadora e sua função política tem sido a de zelar pela conservação das estruturas sociais vigentes em cada época da História (nos últimos 20 séculos). As correntes progressistas sempre foram claramente minoritárias no catolicismo mundial e hoje estão praticamente banidas. Por conseguinte, na Chefia do Estado do Vaticano, de 2013 em diante, estará um líder sacerdotal a quem foi imcumbida uma missão política (de natureza conservadora). Da mesma maneira que o Papa Woytyla, polonês, foi escolhido a dedo para cumprir com o propósito de contribuir para derrubar os regimes chamados “comunistas” do Leste Europeu, o Papa Bergoglio me parece ter sido escolhido para cumprir outro desígnio: conter o avanço político das forças de esquerda/progressistas onde elas hoje mais prosperam, na América Latina. Observe-se que o Vaticano sob Woytyla cooperou estrategicamente com a dupla Reagan/Tatcher nos estertores da Guerra Fria e o castelo de cartas dos inimigos começou a desmoronar na católica Polônia, não por acaso. Suspeito, que o aspecto simbólico da inédita mudança que estamos presenciando (Francisco I, primeiro papa jesuíta, um “não-europeu”, que assume em decorrência de uma renúncia), seja apenas um “disfarce” para a ascensão de um legítimo adversário de teses reformistas, disposto a “cooperar” (com os EUA, com o PIG, com o STF, com o diabo…) para conter o avanço das esquerdas latinoamericanas. Tomara que eu esteja errado.

Antonio Leon Rosa

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