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domingo, novembro 27, 2011
sexta-feira, novembro 25, 2011
quinta-feira, novembro 24, 2011
O manifesto português "Mudança de Rumo"
Sintomaticamente, no manifesto, que poderia ser assinado por lideranças de várias partes do mundo, afirma-se:
"Não podemos assistir impávidos à escalada da anarquia financeira
internacional. Não podemos saudar democraticamente a chamada Primavera Árabe e
temer nossas próprias ruas e praças."
Mário Soares reforça:
"Fizemos muitos sacrifícios e estamos pior do que estávamos. Por isso é preciso mobilizar as pessoas. Para que digam 'não', não se pode fazer o que mandam os mercados , que são especuladores. Os Estados tem que dominar os mercados e não o contrário".
Mário Soares reforça:
"Fizemos muitos sacrifícios e estamos pior do que estávamos. Por isso é preciso mobilizar as pessoas. Para que digam 'não', não se pode fazer o que mandam os mercados , que são especuladores. Os Estados tem que dominar os mercados e não o contrário".
Tupac Amaru
Dia 8 de Dezembro (quinta) às 20 horas
Local: Cinemateca Brasileira
Direção:
Federico García Hurtado
Elenco:
Reynaldo Arenas, Zully Azurin, Carlos Cano de la Fuente
Origem:
Cuba | Peru
Duração:
95 min
Legenda
em português
Ano: 1984
O
filme conta a história de um herói da luta pela
libertação da América Latina. Tupac Amaru liderou uma
revolta popular que abalou os alicerces da dominação colonial e
oligarquica. Derrotado, preso, torturado, foi brutalmente assassinado em
1781. Considerado um dos mais importantes filmes políticos da América
Latina, recebeu o prêmio da Associação de Cineastas Latino-americanos
em Havana (1985) e a Menção Honrosa no Festival de Cinema de
Londres (1986). Co-produzido com o Instituto Cubano del Arte y la
Industria Cinematográficos (ICAIC), contou com a participação de organizações
populares de Cusco no Perú.
Federico
García Hurtado iniciou sua carreira nos anos
1960 com Huando, Tierra sin patrones e Inkari. Em 1975
dirigiu Donde nacen los cóndores. Outro destaque de sua
obra é “Melgar, sangre de poeta” (1982), que trata da vida de outro herói
independentista. Mais recentemente esteve à frente da
produção da mini-série chamada “El Amauta” sobre a juventude do líder comunista
peruano José Carlos Mariategui.
sexta-feira, novembro 18, 2011
quinta-feira, novembro 17, 2011
Lula, os pelos e a pele

O Capitalismo e a miséria americana
Mauro Santayana
O capitalismo,
dizem alguns de seus defensores, foi uma grande invenção humana. De acordo com
essa teoria, o sistema nasceu da ambição dos homens e do esforço em busca da
riqueza, do poder pessoal e do reconhecimento público, para que os indivíduos
se destacassem na comunidade, e pudessem viver mais e melhor à custa dos
outros. Todos esses objetivos exigiam o empenho do tempo, da força e da mente.
Foi um caminho para o que se chama civilização, embora houvesse outros, mais
generosos, e em busca da justiça. Como todos os processos da vida, o
capitalismo tem seus limites. Quando os ultrapassa no saqueio e na espoliação,
e isso tem ocorrido várias vezes na História, surgem grandes crises que quase
sempre levam aos confrontos sangrentos, internos e externos.
A revista
Foreign Affairs, que reflete as preocupações da intelligentsia norte-americana
(tanto à esquerda, quanto à direita) publica, em seu último número, excelente
ensaio de George Packer – The broken contract; Inequality and American Decline.
Packer é um homem do establishment. Seus pais são professores da Universidade
de Stanford. Seu avô materno, George Huddleston, foi representante democrata do
Alabama no Congresso durante vinte anos.
O jornalista
mostra que a desigualdade social nos Estados Unidos agravou-se brutalmente nos
últimos 33 anos – a partir de 1978. Naquele ano, com os altos índices de
inflação, o aumento do preço da gasolina, maior desemprego, e o pessimismo
generalizado, houve crucial mudança na vida americana. Os grandes interesses
atuaram, a fim de debitar a crise ao estado de bem-estar social, e às
regulamentações da vida econômica que vinham do New Deal. A opinião pública foi
intoxicada por essa idéia e se abandonou a confiança no compromisso social
estabelecido nos anos 30 e 40. De acordo com Packer, esse compromisso foi o de
uma democracia da classe média. Tratava-se de um contrato social não escrito
entre o trabalho, os negócios e o governo, que assegurava a distribuição mais
ampla dos benefícios da economia e da prosperidade de após-guerra - como em
nenhum outro tempo da história do país.
Um dado
significativo: nos anos 70, os executivos mais bem pagos dos Estados Unidos
recebiam 40 vezes o salário dos trabalhadores menos remunerados de suas
empresas. Em 2007, passaram a receber 400 vezes mais. Naqueles anos 70,
registra Packer, as elites norte-americanas se sentiam ainda responsáveis pelo
destino do país e, com as exceções naturais, zelavam por suas instituições e
interesses. Havia, pondera o autor, muita injustiça, sobretudo contra os negros
do Sul. Como todas as épocas, a do após-guerra até 1970, tinha seus custos,
mas, vistos da situação de 2011, eles lhe pareceram suportáveis.
Nos anos 70
houve a estagflação, que combinou a estagnação econômica com a inflação e os
juros altos. Os salários foram erodidos pela inflação, o desemprego cresceu, e
caiu a confiança dos norte-americanos no governo, também em razão do escândalo
de Watergate e do desastre que foi a aventura do Vietnã. O capitalismo parecia
em perigo e isso alarmou os ricos, que trataram de reagir imediatamente, e
trabalharam – sobretudo a partir de 1978 – para garantir sua posição,
tornando-a ainda mais sólida. Trataram de fortalecer sua influência mediante a
intensificação do lobbyng, que sempre existiu, mas, salvo alguns casos, se
limitava ao uísque e aos charutos. A partir de então, o suborno passou a ser
prática corrente. Em 1971 havia 141 empresas representadas por lobistas em
Washington; em 1982, eram 2445.
A partir de
Reagan a longa e maciça transferência da renda do país para os americanos mais
ricos, passou a ser mais grave. Ela foi constante, tanto nos melhores períodos
da economia, como nos piores, sob presidentes democratas ou republicanos, com
maiorias republicanas ou democratas no Congresso. Representantes e senadores –
com as exceções de sempre – passaram a receber normalmente os subornos de Wall
Street. Packer cita a afirmação do republicano Robert Dole, em 1982: “pobres
daqueles que não contribuem para as campanhas eleitorais”.
Packer vai
fundo: a desigualdade é como um gás inodoro que atinge todos os recantos do
país – mas parece impossível encontrar a sua origem e fechar a torneira. Entre
1974 e 2006, os rendimentos da classe média cresceram 21%, enquanto os dos
pobres americanos cresceram só 11%. Um por cento dos mais ricos tiveram um
crescimento de 256%, mais de dez vezes os da classe média, e quase triplicaram
a sua participação na renda total do país, para 23%, o nível mais alto, desde
1928 – na véspera da Grande Depressão.
Esse
crescimento, registre-se, vinha de antes. De Kennedy ao segundo Bush, mais
lento antes de Reagan, e mais acelerado em seguida, os americanos ricos se
tornaram cada vez mais ricos.
A
desigualdade, conclui Packer, favorece a divisão de classes, e aprisiona as
pessoas nas circunstâncias de seu nascimento, o que constitui um desmentido
histórico à idéia do american dream.
E conclui: “A
desigualdade nos divide nas escolas, entre os vizinhos, no trabalho, nos
aviões, nos hospitais, naquilo que comemos, em nossas condições físicas, no que
pensamos, no futuro de nossas crianças, até mesmo em nossa morte”. Enfim, a
desigualdade exacerbada pela ambição sem limites do capitalismo não é apenas
uma violência contra a ética, mas também contra a lógica. É loucura.
Ao mundo
inteiro – o comentário é nosso- foi imposto, na falta de estadistas dispostos a
reagir, o mesmo modelo da desigualdade do reaganismo e do thatcherismo. A crise
econômica mais recente, provocada pela ganância de Wall Street, não serviu de
lição aos governantes vassalos do dinheiro, que continuaram entregues aos
tecnocratas assalariados do sistema financeiro internacional. Ainda ontem,
Mário Monti, homem do Goldman Sachs, colocado no poder pelos credores da
Itália, exigia do Parlamento a segurança de que permanecerá na chefia do
governo até 2013, o que significa violar a Constituição do país, que dá aos
representantes do povo o poder de negar confiança ao governo e, conforme a
situação, convocar eleições.
Tudo isso nos
mostra que estamos indo, no Brasil, pelo caminho correto, ao distribuir com
mais equidade a renda nacional, ampliar o mercado interno, e assim, combater a
desigualdade e submeter a tecnocracia à razão política. É necessário, entre
outras medidas, manter cerrada vigilância sobre os bancos privados,
principalmente os estrangeiros, que estão cobrindo as falcatruas de suas
instituições centrais com os elevados lucros obtidos em nosso país e em outros
países da América Latina.
A luminosidade de Lula
A
imagem que hoje correu a internet – e não pode ser evitada nas primeiras
páginas dos jornais de amanhã – traz uma sensação que é difícil traduzir com
outra palavra que não seja luminosidade.

O
fato, porém, é que Lula não precisa mais dos cabelos e da barba que se tornaram
seus símbolos desde que surgiu na vida do país, no final dos anos 70, liderando
greves no ABC.
Transcendeu
o líder sindical, o fundador do PT, o candidato à presidência em várias
eleições, transcendeu o próprio cargo de Presidente que exerceu.
Lula
tornou-se a imagem de um projeto de Brasil.
Capaz
de sorrir na adversidade, porque se sabe mais forte que ela.
Capaz
de enfrentar a dificuldade , porque se sabe melhor do que ela.
Porque
sabe que encarna um destino, que sim, é algo que transcende a um homem, a um
líder, a um mortal como todos nós.
E
este destino, o destino do povo brasileiro, é o de realizar-se como ele mesmo é,
sem medo do que der e vier.
Sem
medo de ser feliz.
quinta-feira, novembro 10, 2011
MENSAGEM AOS “HERÓICOS” TRUCIDADORES DE CRIANÇAS
Mauro Santayana
Circula pela
internet vídeo de alguns segundos, que mostra duas crianças de Sirte, sendo
atendidas em algum lugar que lembra um ambulatório improvisado. São o menino,
de cinco ou seis anos, e a menina, de idade parecida. O menino grita de dor,
ainda que tenha as duas mandíbulas, o queixo e a garganta dilacerados,
provavelmente por estilhaços de bomba. A menina está em silêncio, olhando o
nada, como se o nada pudesse explicar-lhe o sofrimento do menino, e o calcanhar
arrancado, o pé quase pendente da perna.
Como veterano
jornalista, que cobriu crimes bárbaros e acidentes terríveis, e a dura
experiência de guerras civis e invasões militares - mas acima de tudo, como pai
e avô - confesso que nada foi tão fundo na minha tristeza do que a imagem das
crianças de Sirte.
Das ainda vivas, e das mortas da família Khaled. Foi
possível imaginar as milhares de outras crianças, mortas e feridas, na Líbia,
no Afeganistão, no Iraque, na Palestina. Diante das cenas, revi o Presidente
Barack Obama, sua elegante mulher e suas duas filhas, lindas, sorridentes, que
o pai presenteou com um cão, para que o fizessem passear pelos jardins da Casa
Branca. Revi-as viajando pelo mundo, e visitando escolas na África e na América
Latina. E fiquei sabendo da alegria de Monsieur Sarkozy em ser novamente pai.
Em sua relativa juventude, marido de uma cantora jovem, famosa e bela, o
presidente da França terá, é o que todos esperamos, anos felizes ao lado da
filha. Irá conduzi-la pela mão entre os canteiros dos jardins de Paris, e, se
as coisas da política lhe permitirem, a ela contará passagens de sua própria
infância. Ouvirá a mulher, com sua voz magnífica, cantar-lhe as mais belas
berceuses. E quando ela ficar mocinha, se enlevará com as canções de sua mãe,
como “Quelqu’un m’a dit”, e seus versos abertos: “Alguém me disse que nossas
vidas não valem grande coisa/ Passam em um instante, como fenecem as rosas”.
A idéia que
associa a morte das crianças – no caso, uma menina – à brevidade das rosas, é
de Malherbe, o grande poeta francês dos séculos 16 e 17, a quem se atribui a
invenção do francês literário. Ele escreveu seu famoso poema para consolar um
amigo que perdera a filha de seis anos, e resume a homenagem à menina, que se
chamava Rose, no verso conhecido: “E, rosa, ela viveu o que vivem as rosas, o
espaço de uma manhã”.
Uma criança
morta, muçulmana ou judia, negra ou nórdica, de fome, de endemias ou de
acidentes, em qualquer parte do mundo, é uma violência insuportável contra a
vida. As crianças mortas em guerras são insulto às razões da vida, e uma grande
dúvida sobre a existência de Deus – a não ser a do Deus dos Exércitos.
David Cameron,
parceiro e competidor de Sarkozy na aventura líbia, é um pai que sofreu a
dolorosa perda de um filho, Ivan, também aos seis anos – em fevereiro de 2009,
acometido de uma forma rara de epilepsia. Não é possível que, diante das cenas
de Sirte, e na lembrança do filho, não sinta, no coração, o peso de sua culpa,
ao usar as armas britânicas, nos bombardeios sistemáticos contra as cidades
líbias – entre elas, Sirte, a que mais sofreu, e sem trégua, com as bombas e
mísseis. A Líbia e as outras nações da região foram bombardeadas e ocupadas
pelas nações mais poderosas do Ocidente porque têm suas areias encharcadas de
petróleo. O petróleo, na visão dessas nações, é um dos direitos humanos dos
ricos e bem armados.
A espécie
humana só sobrevive porque ela se renova em cada criança que nasce. Como nas
reflexões de Riobaldo, em uma vereda do grande sertão, diante da paupérrima
mulher que dá à luz: não chore não, dona senhora; uma criança nasceu, o mundo
começou outra vez.
Os doutores em
jornalismo atual, que recomendam textos frios, podem ver nessas reflexões o
inútil sentimentalismo de um veterano - diante da realidade do mundo. Mas houve
um tempo, e não muito distante, em que o jornalismo era solidário com o
sofrimento dos mais débeis, com os perseguidos e famintos de pão e de justiça.
Enfim, God bless America. E God save the Queen.
quarta-feira, novembro 09, 2011
sábado, novembro 05, 2011
IDH, Pan, embargo e mídia.
"A dúvida
é o princípio
da sabedoria" (Aristóteles)
Saiu o IDH de 2011. Todos os anos
espero ansiosamente a sua divulgação para constatar as discrepâncias da mídia. Este
ano a ONU o divulgou quase que simultaneamente com o encerramento dos jogos Panamericanos. Mais
uma vez confirmaram-se as contradições
entre os números do IDH
e de medalhas obtidas por determinados países nos jogos e o que a mídia,
sistematicamente, martela execrando esses mesmos países e seus governantes.
O IDH é o Indice de Desenvolvimento Humano
elaborado pela ONU que leva em consideração indicadores de expectativa de
vida, escolaridade e renda per cápita de 187 países.
Os jogos Panamericanos tem como critério de
classificação a
quantidade de medalhas de ouro obtidas ao longo do certame.
O esporte é um setor que reflete o bom índice de
desenvolvimento humano, já que a sua excelência só é possível se houver saúde e bem
estar generalizados.
Há ainda um registro da ONU em que ela
mede o grau de felicidade de um povo. A Noruega venceu com a nota de 7,6. A
Venezuela, país governado
pelo satanizado Hugo Chàvez e que, segundo a mídia, seria um dos piores lugares do
mundo para se viver, obteve a nota 7,5. Já o nosso grau de felicidade foi
registrado em 6,8.
A Argentina, também massacrada
pela mídia desde que os "populistas" Kirchners ascenderam ao poder, foi contemplada com a
45a. posição no IDH.
O Iraque, ocupado há oito anos
pelo "grande benfeitor" da humanidade, amarga a 132a. posição, enquanto
a Líbia,
governada pelo agora abominável ditador Kadafi recentemente executado com
o auxílio da OTAN,
está na 64a.
posição, 23
degraus à frente da
Colômbia que é o país da América Latina
mais próximo
politica e ideologicamente dos Estados Unidos e até bem recentemente governado pelo
elogiadíssimo Álvaro Uribe.
Mas o exemplo mais notório das tais
discrepâncias é Cuba. Para
a mídia, a Ilha
vem despencando ladeira abaixo, sem mérito, sem legitimidade, economia fracassada,
insatisfação social e
politica, o diabo a quatro. Pois bem, no Pan ela arrebata nada mais, nada menos
que 58 medalhas de ouro - dez a mais que o Brasil - mantendo o 2o. lugar desde
1971, mas nos jogos de Havana em 1991 ficou em 1o. lugar, com 140 medalhas de
ouro, batendo os Estados Unidos, com 130; e no IDH vem resistindo há anos, pelo
menos desde que a acompanho, na 51a. posição, poucos degraus abaixo do grupo de
países com os
melhores IDHs, mas trinta e tres degraus acima de nós.
Entretanto, a ideologia que nos
domina vem detratando a prodigiosa ilha que sofre as agruras de um embargo
genocida há 50 anos.
E por falar em embargo, ela também acaba de
vencer na ONU, pelo vigésimo ano consecutivo, o grande império por 186
votos a seu favor - contra o embargo - e apenas 2 minguados votos contra a
ilha, um deles do próprio império e o
outro de Israel, seu protetorado.
Diante de tanta discrepância, a dúvida segue
sendo o princípio da
sabedoria, como nos aconselha o velho e bom Aristóteles. A bem da verdade, não entendo
como ainda resiste a credibilidade desta mídia.
quinta-feira, novembro 03, 2011
IDH: Brasil avança uma posição e fica em 84º
Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro tem ligeira alta em novo ranking, com número recorde de países, e permanece na categoria 'elevada'. Expectativa de vida e renda avançam. Escolaridade, não. Entre BRICS, Brasil ainda perde para Rússia. Desempenho é inferior à média da América Latina, que coloca à frente Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, Venezuela, Equador, Costa Rica, Peru, Trinidad e Tobago...
Najla Passos
BRASÍLIA – No primeiro ano do governo Dilma Rousseff, o Brasil ganhou uma posição no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas e atingiu 84ª colocação, entre 187 países. O atual Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro (IDH) é categorizado como “elevado”. Os 47 primeiros do ranking, que é liderado pela Noruega, possuem desenvolvimento “muito elevado”.
Os dados do IDH estão sendo divulgados mundialmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta quarta feira (02), em Copenhague, capital da Dinamarca. Foram distribuídos com antecedência a jornalistas, para que a imprensa tivesse tempo de preparar reportagens. O combinado era que as matérias só fossem publicadas a partir das 9h deste feriadão.
O ranking 2011 do IDH tem número recorde de países – eram 169 em 2010. Para permitir a comparação entre um ano e outro apesar da ampliação da lista, o Pnud refez o ranking 2010, que pela primeira vez viu o Brasil entrar para o grupo de desenvolvimento “elevado”.
No ano passado, o Brasil estava em 73º, com IDH de 0,699. Ao incluir os 18 novos países no ranking 2010, com dados relativos ao ano passado, o país pulou para 85º. Daí ter avançado uma posição agora, quando o índice subiu a 0,718. Líder Noruega tem 0,943, seguida de Austrália (0,929) e, empatados, Holanda e Estados Unidos (0,910). Na rabeira, aparecem Burundi (0,316), Níger (0,295) e Congo (0,286).
O IDH é calculado a partir de dados referentes a saúde, educação e renda. De 2010 para 2011, subiram a expectativa de vida (de 73,1 anos para 73,5 anos) e a renda (de US$ 9,8 mil para US$ 10,1 mil), mas a escolaridade e a expectativa de tempo de estudos, não (permaneceram em 7,2 anos e 13,8 anos, respectivamente).
Segundo o chefe do grupo de pesquisas do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) do Pnud em Nova York, José Pineda, o equilíbrio entre as três áreas (saúde, educação e renda) é a principal explicação para o desempenho brasileiro no IDH. E demonstraria que o governo estaria acertando em suas políticas pró-crescimento.
Já o consultor do RDH no Brasil, Rogério Borges, destaca a evolução na expectativa de vida como fato mais positivo. “Este indicador reflete uma série de medidas de impacto na saúde da população, como melhorias no saneamento, queda na mortalidade infantil, materna, nos índices de violência e melhorias de infra-estrutura, com saneamento”, diz.
Desde 1980, o IDH brasileiro melhorou 31%. Apesar disso, o atual índice está abaixo da média dos vizinhos de América Latina e Caribe - se fosse um país, a região estaria na posição 76.
Estão à frente do Brasil, em IDH, Chile (44º no ranking), Argentina (45º), Uruguai (48º), Cuba (51º), Bahamas (53º), México (57º), Panamá (58º), Antígua e Barbuda (60º), Trinidad e Tobago (62º), Costa Rica (69º), Venezuela (73º), Jamaica (79º), Peru (80º), e Equador (83º).
terça-feira, novembro 01, 2011
Malditos comunistas !
José Roberto Torero
Em Cuba, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. Pô, assim não vale! Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!
Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.
Mais uma vez!
Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.
Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.
Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.
Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.
Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?
Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.
A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.
Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.
Tudo para fazer propaganda comunista!
Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.
Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.
E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação.
Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.
A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.
Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado.
Pô, assim não vale!
Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.
Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.
Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!
Malditos comunistas...
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