terça-feira, agosto 31, 2010

Elisa Branco, a corajosa comunista da luta mundial pela paz

Vídeo inédito conta a história de Elisa Branco, uma comunista que há 60 anos foi presa pela sua incasável luta pela paz. A iniciativa de resgatar a história de Elisa partiu da Fundação Mauricio Grabois (FMG), em parceria com a TV Vermelho. Na página da FMG você ainda poderá encontrar um especial sobre a aguerrida militante, símbolo de solidariedade e generosidade em defesa dos povos e da vida.


Entrevista com Dilma - parte I

Entrevista com Dilma - parte II

domingo, agosto 29, 2010

Consolidar a ruptura histórica operada pelo PT



Leonardo Boff

Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu,”capado e recapado, sangrado e ressangrado”. Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguardados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os países mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.

Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fôra construida com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam: "façamos nós a revolução antes que o povo a faça". E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de um outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.

Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade. Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. A “Fome Zero”, depois a “Bolsa Família”, o “Crédito consignado”, o “Luz para todos”, a “Minha Casa, minha Vida, a “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.

Mas essa derrota inflingida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.

Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos. O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituiram índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado, mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.

Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.

Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Celso Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida(1993):”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromer o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação”(p.35). Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.

Stand by me - Playing for Change

sábado, agosto 28, 2010

Esfera pública X esfera mercantil


Emir Sader

O neoliberalismo é a realização máxima do capitalismo: transformar tudo em mercadoria. Foi assim que o capitalismo nasceu: transformando a força de trabalho (com o fim da escravidão) e as terras em mercadorias. Sua história foi a crescente mercantilização do mundo.

A crise de 1929 - de que o liberalismo foi unanimemente considerado o responsável - gerou contratendências, todas antineoliberais: o fascismo (com forte capitalismo de Estado), o modelo soviético (com eliminação da propriedade privada dos meios de produção) e o keynesianismo (com o Estado assumindo responsabilidades fundamentais na economia e nos direitos sociais).

O capitalismo viveu seu ciclo longo mais importante do segundo pós-guerra até os anos 70. Quando foi menos liberal, foi menos injusto. Vários países – europeus, mas também a Argentina – tiveram pleno emprego, os direitos sociais foram gradualmente estendidos no que se convencionou chamar de Estado de bem-estar-social.

Esgotado esse ciclo, o diagnóstico neoliberal triunfou, voltando de longo refluxo: dizia que o que tinha levado a economia à recessão era a excessiva regulamentação. O neoliberalismo se propôs a desregulamentar, isto é, a deixar circular livremente o capital. Privatizações, abertura de mercados, “flexibilização laboral” – tudo se resume às desregulamentações.

Promoveu-se o maior processo de mercantilização que a história conheceu. Zonas do mundo não atingidas ainda pela economia de mercado (como o ex-campo socialista e a China) e objetos de que ainda usávamos como exemplos de coisas com valor de uso e sem valor de troca (como a água, agora tornada mercadoria) – foram incorporadas à economia de mercado.

A hegemonia neoliberal se traduziu, no campo teórico, na imposição da polarização estatal/privado como o eixo das alternativas. Como se sabe, quem parte e reparte fica com a melhor parte – privado – e esconde o que lhe interessa abolir – a esfera pública. Porque o eixo real que preside o período neoliberal se articula em torno de outro eixo: esfera pública/esfera mercantil.

Porque a esfera do neoliberalismo não é a privada. A esfera privada é a esfera da vida individual, da família, das opções de cada um – clube de futebol, música, religião, casa, família, etc. Quando se privatiza uma empresa, não se colocam as ações nas mãos dos indivíduos – os trabalhadores da empresa, por exemplo -, se jogam no mercado, para quem possa comprar. Se mercantiliza o que era um patrimônio público.

O ideal neoliberal é construir uma sociedade em que tudo se vende, tudo se compra, tudo tem preço. Ao estilo shopping center. Ou do modo de vida norteamericano, em que a ambição de todos seria ascender como consumidor, competindo no mercado, uns contra os outros.

O neoliberalismo mercantilizou e concentrou renda, excluiu de direitos a milhões de pessoas – a começar os trabalhadores, a maioria dos quais deixou de ter carteira de trabalho, de ser cidadão, sujeito de direitos -, promoveu a educação privada (mercantil) em detrimento da publica, a saúde privada (mercantil) em detrimento da pública, a imprensa privada (mercantil) em detrimento da pública.

O próprio Estado se deixou mercantilizar. Passou a arrecadar para, prioritariamente, pagar suas dívidas, transferindo recursos do setor produtivo ao especulativo. O capital especulativo, com a desregulamentação, passou a ser o hegemônico na sociedade. Sem regras, o capital – que não é feito para produzir, mas para acumular – se transferiu maciçamente do setor produtivo ao financeiro, sob a forma especulativa, isto é, não para financiar a produção, a pesquisa, o consumo, mas para viver de vender e comprar papéis – de Estados endividados ou de grandes empresas -, sem produzir nem bens, nem empregos. É o pior tipo de capital. O próprio Estado se financeirizou.

O neoliberalismo destruiu as funções sociais do Estado e depois nos jogou como alternativa o mercado: se quiserem, defendam o Estado que eu destruí, tornando-o indefensável; ou venham somar-se à esfera privada, na verdade o mercado disfarçado.

Mas se a esfera neoliberal é a esfera mercantil, a esfera alternativa não é a estatal. Porque há Estados privatizados, isto é, mercantilizados, financeirizados; e há Estados centrados na esfera pública. A esfera pública é centrada na universalização dos direitos. Democratizar, diante da obra neoliberal, é desmercantilizar, colocar na esfera dos direitos o que o neoliberalismo colocou na esfera do mercado. Uma sociedade democrática, posneoliberal, é uma sociedade fundada nos direitos, na igualdade dos cidadãos. Um cidadão é sujeito de direitos. O mercado não reconhece direitos, só poder de comprar, é composto por consumidores.

Na esfera da informação, houve até aqui predomínio absoluto da esfera mercantil. Para emitir noticias era necessário dispor de recursos suficientes para instalar condições de ter um jornal, um rádio, uma TV. A internet abriu espaços inéditos para a democratização da informação.

A democratização da mídia, isto é, a sua desmercantilização, a afirmação do direito a expressar e receber informações pluralistas tem que combinar diferentes formas de expressão e de mídia. A velha mídia é uma mídia mercantil, composta de empresas financiadas pela publicidade, hoje aderida ao pensamento único. Uma mídia composta por empresas dirigidas por oligarquias familiares, sem democracia nem sequer nas redações e nas pautas dos meios que a compõem.

A nova mídia, por sua vez, é uma mídia barata nos seus custos, pluralista, crítica. O novo espaço criado pelos blogueiros progressistas faz parte da esfera pública, promove os direitos de todos, a democracia econômica, política, social e cultural. A esfera pública tem expressões estatais, não-estatais, comunitárias. Todas comprometidas com os direitos de todos e não com a seletividade e a exclusão mercantil.

São definições a ser discutidas, precisadas, de forma democrática, aberta, pluralista, de um fenômeno novo, que prenuncia uma sociedade justa, solidária, soberana. A possibilidade com que estão comprometidos Dilma e Lula de uma Constituinte autônoma permite que se possa discutir e levar adiante processos de democratização do Estado, de sua reforma em torno das distintas formas de esfera pública, desmercantilizando e desfinanceirizando o Estado brasileiro.

quinta-feira, agosto 26, 2010

quarta-feira, agosto 25, 2010

Se não falarmos, as pedras falarão !



A Estátua da Liberdade exige a libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos por missões anti-terroristas: "Free the cuban five - Libertad para los cinco"

24/08/54 - A morte de Getúlio Vargas

terça-feira, agosto 24, 2010

Mentiras que viram verdades (II)


Podeis enganar toda a gente durante certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar toda a gente durante todo tempo. (Abraham Lincoln)

Caíque Vieira - Advogado

No artigo anterior, conclui afirmando que há muitas outras mentiras introjetadas por repetição no inconsciente coletivo de um povo e não é fácil dissipá-las e uma delas é a questão dos remédios genéricos que vou tentar dissipá-la nesse novo artigo para fazer valer a epígrafe do grande estadista americano Abraham Lincoln.

Desde 1981, a política da OMS (Organização Mundial de Saúde) era estimular a produção dos genéricos como alternativa para assegurar a disponibilidade de medicamentos essenciais a preços mais baixos à população. Aqui no Brasil a indústria farmacêutica ignorava o governo, fazia o que queria, aumentava os remédios de marca quando e como bem queria. Até que a situação tornou-se insuportável. A produção dos genéricos era o caminho. Em 1993, já eram realidade há muito tempo em vários países, como Estados Unidos, França e Itália. Jamil Haddad, ministro da saúde de Itamar Franco, assina, então, o decreto 793 de 5 de abril de 1993.

Em entrevista ao jornalista Luiz Carlos Azenha, o médico Jamil Haddad, falecido em dezembro de 2009, detalhava: "Em 1991, o médico e deputado Eduardo Jorge [na época, no PT-SP] havia apresentado à Câmara Federal projeto propondo a fabricação dos genéricos no País. Em 1993, já no Ministério da Saúde, vi que o projeto continuava na gaveta da Câmara e, ao mesmo tempo, a OMS nos solicitava a liberação dos genéricos. Consultei a assessoria jurídica do Ministério da Saúde que disse não haver necessidade de a autorização ser feita por lei. Podia ser por decreto. Eu preparei-o, levei ao presidente Itamar, que assinou junto comigo."

Enfatiza Jamil Haddad: "Na prática, em 1999, quando a lei foi aprovada e o Serra era o ministro da Saúde, genéricos já estavam sendo fabricados no Brasil. A lei de 1999 é apenas a regulamentação do decreto que já existia. O projeto aprovado foi um substitutivo que apresentei ao do Eduardo Jorge e que recebeu uma porção de emendas. Hoje, os genéricos são uma realidade no País. Até o laboratório multinacional Merck, Sharp & Dohme, que fez campanha feroz contra mim naquela época, entrou violentamente no mercado dos genéricos, como já fazia no restante do mundo. Você acha que ia deixar de comer uma fatia desse bolo?"

Donde se conclui que ou não nos informamos bem ou nossa memória é curta e os farsantes e espertos da política nacional se aproveitam disso para nos enganar e perpetuar uma injustiça histórica cometida contra o ex-presidente Itamar Franco e seu ministro da saúde, o médico e político carioca Dr. Jamil Haddad, falecido no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 2009 aos 83 anos de idade.

domingo, agosto 22, 2010

Dilma responde a Agripino

A vingança de Luiz Inácio

Eduardo Guimarães - Representante comercial, presidente do MSM, Movimento dos Sem-Mídia.

Luis Inácio deve estar saboreando cada segundo da mais completa rendição de José Serra, do PSDB e da mídia àquele que mais odeiam, ele mesmo, um pernambucano que, na idade adulta, converteu-se em Lula, de longe o presidente da República mais popular da história do Brasil.

Os supracitados adversários políticos de Luiz Inácio passaram décadas insultando esse homem de todas as formas. Chamaram-no de ladrão (mensalão), de beberrão (Larry Rohter), de apedeuta (Esgoto da Veja), de anta (Diogo Mainardi), de assassino (Folha no desastre da TAM), de estuprador (Folha e o “menino do MEP”)…

Uma geração inteira cresceu lendo e escutando Luiz Inácio ser insultado de todas as formas e acusado de tudo o que se possa imaginar.

Depois de Collor, em 1989, e de FHC, em 1994, em 2002 José Serra “ascendeu” ao posto máximo da direita contemporânea, o de “anti-Lula”. Desde então, não desceu mais do pódio. Esteve por trás de todos os ataques mais virulentos feitos ao presidente da República durante os últimos sete anos e tanto.

As relações do tucano com os agressores mais contundentes do primeiro mandatário da República são tão conhecidas que é possível achar até fotos dele na internet abraçado a alguns.

Durante a maior parte da década de 1990 até início dos anos 2000, Luis Inácio sempre foi comparado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual de renome internacional que o derrotou em duas eleições seguidas. A superioridade de FHC sobre ele foi cantada em verso e prosa até o limite do insuportável nos discursos tucano-midiáticos.

Luiz Inácio e seu povo chegam a 2010 com motivos para dar boas gargalhadas. Os que insultaram o mais eminente político petista durante décadas e que o preteriram tantas vezes em favor de FHC, hoje têm que homenagear o antigo desafeto em seus programas eleitorais e que esconder o antigo favorito.

A vingança de Luiz Inácio não poderia ser mais doce.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Mentiras que viram verdades (I)




Uma mentira mil vezes repetida se torna uma verdade autenticada. (Goebbels)

Caíque Vieira - Advogado

Infelizmente, parece que Goebbels, Ministro das Comunicações de Hitler, acertou em cheio quando disse a frase epigrafada acima. É o que constato quando ouço dizerem que o Plano Real foi concepção de Fernando Henrique Cardoso.

Sempre me incomodei quando escutava isso, porque acho que a responsabilidade de um plano econômico é do governo que o concebe e o implanta, no caso o de Itamar Franco. Esse incômodo que me acometia foi reforçado ao ouvir o ex-presidente dizer que o grande sacerdote do Plano Real foi Rubens Ricúpero. Parecia que havia uma grande injustiça consolidada e ninguém questionava.

De fato, é só buscarmos na internet o cronograma do Plano Real para constatarmos que foi um plano concebido em três etapas e articulado por vários ministros da fazenda a partir de 28 de fevereiro de 1994, data de publicação da Medida Provisória nº 434 que se transformou, pelo Congresso Nacional, na Lei 8880 de 27 de maio de 1994 que instituiu a URV, Unidade Real de Valor.

As etapas do plano foram as seguintes:

14/07/93 - 1ª etapa: ajuste das contas do governo
27/05/94 - 2ª etapa: criação de um padrão estável de valor (URV)
01/07/94 - 3ª etapa: início da circulação do real

Os Ministros da Fazenda do governo Itamar Franco se sucederam de acordo com a tabela abaixo:

02/10/92 - 16/12/92 - Gustavo Krause
16/12/92 - 01/02/93 - Paulo Haddad
01/03/93 - 19/05/93 - Eliseu Resende
19/05/93 - 30/03/94 – Fernando Henrique Cardoso
30/03/94 - 06/09/94 - Rubens Ricúpero
06/09/94 - 01/01/95 - Ciro Gomes

É só observamos as duas tabelas para concluirmos que Fernando Henrique Cardoso apenas participou da 1ª etapa, a de ajuste das contas do governo, que iniciou em 14 de julho de 1993, quando ele já era ministro, pois assumira em 19 de maio daquele ano.

As duas etapas seguintes, a segunda iniciada em 27 de maio de 1994 e a terceira em 1º de julho de 1994, já estão inseridas na gestão de Rubens Ricúpero que assumiu em 30 de março de 1994. Daí a preocupação do ex-presidente Itamar Franco em reconstituir a verdade.

Até se compreende que, para fins eleitoreiros, o Fernando Henrique Cardoso tenha capitalizado para si o sucesso do plano, já que ele ambicionava a presidência da República. Outra coisa é se apropriar de sua autoria e isso ficar determinado como verdade histórica.

O Plano Real foi concebido por uma equipe de economistas brilhantes sob o comando de diversos ministros da fazenda em diferentes etapas que estavam sob a direção de um único governo, o de Itamar Franco que à época era filiado ao PRN, Partido da Renovação Nacional, sendo o presidente o verdadeiro responsável pelas virtudes e defeitos do plano.

Há muitas outras mentiras introjetadas por repetição no inconsciente coletivo de um povo e não é fácil dissipá-las.

terça-feira, agosto 17, 2010

segunda-feira, agosto 16, 2010

sexta-feira, agosto 13, 2010

13/ago/2010 - 84 anos de Fidel Castro




Muchas razones a defender

Son, lo digo yo
muchas razones a defender
difícil es el camino pero yo sigo con él.

Han sido más de cincuenta
los años que hemos tenido
la suerte de haber vivido
sin ser objetos de venta.
Consecuencia que sustenta
el rumbo que hemos tomado
que fue el camino trazado
desde el Moncada a La Sierra
sin dejar en pie de guerra
de estar sirviendo a tu lado.

Son, lo digo yo
muchas razones a defender
difícil es el camino pero yo sigo con él.

Han sido muchos los sueños
que trataron de quebrarte
pero tú has sabido alzarte
a golpe de fe y empeño.
Y a pesar de que el norteño
ha enfilado sus ballestas,
y hasta ha imaginado fiestas
preparando tu caída
hoy sin temor a la herida
vives con las botas puestas.

Son, lo digo yo
muchas razones a defender
difícil es el camino pero yo sigo con él.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Poema da Noite

Vinicius de Moraes

No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o [cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!