segunda-feira, junho 27, 2011

Django Reinhardt - J'attendrai




Belga de origem cigana nasceu em 1910. Aos 18 anos, quando ainda não era famoso, foi vítima de um incêndio que afetou os movimentos dos dedos mínimo e anelar da mão esquerda. A partir de então, para não abandonar seu sonho de tocar guitarra, desenvolveu uma técnica para tocá-la com apenas os dedos médio e indicador. Fez sucesso posteriormente com o Quinteto du Hot Club de France. Faleceu em 1953 aos 43 anos de idade vítima de uma hemorragia cerebral.

Telesur - 6 anos

domingo, junho 19, 2011

Alma llanera - P.Elias Gutierrez



Concierto Voces para la Paz 2010.
Auditorio Nacional de Música.
Madrid, 13 de Junio de 2010.
Director: Miguel Roa
Arreglo: Lorenzo Palomo
Colabora: Coro gestual del Instituto Ponce de León de Madrid.

sexta-feira, junho 17, 2011

A chance de cortar a ração rentista

O agravamento da crise internacional é um dos argumentos utilizados pelo BC brasileiro, bem como pelos rentistas para justificar a alta dos juros no país. O argumento transpira um certo bodum de oportunismo amanhecido. O que se sugere é que haveria dificuldade de financiar a dívida interna dadas as incertezas nos mercados financeiros e a consequente má vontade dos investidores em aplicar seus fundos aqui.O juro alto seria a única forma de cevá-los a bater o ponto no caixa nativo. O que se observa nos últimos meses sugere o oposto. O Brasil tem tido dificuldades para conter massas de capitais que afluem em ondas tsunâmicas atraídos por níveis de rentabilidade indisponíveis em boa parte do planeta. A alavanca que move esse moinho, e seus estragos sabidos numa estrutura industrial afogada em importações, é uma taxa de juro real da ordem de 7%. Para se ter uma idéia do colosso basta lembrar que a Grécia --dissolvente e conflagrada-- paga 10% reais para colocar seus títulos no mercado (14% de face, menos 4% de inflação). Apenas 3 pontos acima do brasileiro sendo que a a economia grega dificilmente escapará de aplicar um sonoro calote nos detentores de seus esvoaçantes papéis. Mais ainda: a dívida pública grega é de 139% do PIB, contra 39% no caso brasileiro. O déficit público está em 10,5% do PIB. O déficit nominal no Brasil, isto é, o buraco do caixa depois de deslocada generosa fatia de receita pública para pagar juros, é de 2,4%. Em resumo, exceto casos comatosos de economias que dificilmente poderão honrar o valor de face de seus títulos, o Brasil é líder inconteste na arte de apascentar rentistas urbi et orbi. Ainda que reduzisse a ração à metade, em que outro lugar do planeta os capitais teriam um abrigo de tal qualidade, feito de juros robustos e condições econômicas e políticas de reconhecida solidez? Os rentistas sabem que o país está montado numa poupança real da ordem de alguns trilhões de dólares guardada nas reservas do pré-sal, o que afasta qualquer risco de insolvência para as próximas décadas. O que falta então para romper o torniquete ortodoxo que sempre terá um argumento 'técnico' para garrotear a nação e seu crescimento?Talvez falte justamente chamar os senhores da guerra rentista e oferecer-lhes um plano de repactuação em bases menos leoninas, tendo como referência o privilegiado horizonte de liquidez da economia nacional. Em tempo: 80% dos vencimentos da dívida pública indexada aos juros da Selic ocorrerão entre 2011 e 2014. Num cenário mundial em que os rentistas clamam por segurança, a Presidenta Dilma tem a preciosa oportunidade de, no curso de seu mandato, dizer-lhes: 'o Brasil do pré-sal e da estabilidade política pode pagar-lhes 4% reais ao ano, não mais 7%. É pouco? Então vão investir na Grécia'.
(Carta Maior; 6º feira,17/06/ 2011)

sexta-feira, junho 03, 2011

Aquilo que nos devora

Basicamente, duas razões levaram a Presidenta Dilma a optar pela concessão de alguns dos mais estratégicos aeroportos do país a empresas nacionais ou estrangeiras que assumirão a responsabilidade por ampliá-los e modernizá-los, em troca do controle do negócio por 20 anos. Gargalos já evidentes com a afluência de milhões de novos passageiros ao transporte aéreo, graças à melhoria da renda, bem como o risco real de um colapso desse serviço na Copa do Mundo em 2014, formam a base da equação. A opção política pela concessão privada, porém, não seria a única saída. Por que o Estado brasileiro não poderia, por exemplo, contratar serviços de empresas locais e internacionais para obras, a exemplo do que faz a Petrobrás em operação até mais complexa de aquisição de equipamentos e infra-estrutura para explorar o pré-sal? Em primeiro lugar, porque o esfarelamento do setor público nos anos 90 privou a sociedade de uma estatal forte e eficiente para investir e planejar a expansão do setor aéreo, ou o das elecomunicações etc, legando burocracias sucateadas ao governo. Em segundo lugar, porque a política de arrocho fiscal para pagar juros da dívida pública torna esquálida a capacidade de investimento em infraestrutura e serviços. Não se trata de um fetiche com aeroportos: o colapso ensaiado nos saguões de embarque e desembarque aéreo há muito já explodiu na rudimentar rede de postinhos de saúde, bem como nas filas dos hospitais públicos, no transporte coletivo deficitário e mal cuidado, na rede de escolas públicas e no sistema de saneamento. A origem da falencia é a mesma: colapso fiscal. Fatos: as obras de modernização e expansão dos aeroportos vão exigir entre R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões das futuras concessionárias. O Estado brasileiro não tem esse dinheiro. Mas está fazendo das tripas coração para reservar cerca de R$ 117 bilhões de superávit fiscal destinado ao pagamento de juros à banca e aos rentistas em 2011. Só no primeiro quadrimestre, o 'esforço' para atender a essa prioridade foi de R$ 78,5 bilhões, quantia quase seis vezes maior que os R$ 13,5 bilhões destinados a investimentos no período. A taxa de juro no país é de 12%. Na próxima semana tem reunião do Copom. Apesar das evidencias de que a inflação está em queda, e o nível de atividade e de consumo recuam -- em abril a indústria registrou a maior queda em 40 meses frente a março-- os 'mercados' insistem em que a Selic ainda precisa subir mais dois degraus para fechar o ano na obscena marca de 12,5%. Agência Carta Maior